Estudante de 18 anos foi eliminada do Exame Nacional de Ensino Médio no lugar de sua xará
Na
esteira das queixas relacionadas aos erros nas notas do Exame Nacional
do Ensino Médio (Enem), um depoimento chamou a atenção de internautas.
Em tuíte que viralizou, a estudante Rebecca Campos Ferreira, de 18 anos,
disse que sua prova foi anulada por equívoco. Ela foi desclassificada
no lugar de outra candidata, homônima, eliminada por causa de toque de
celular.
O
engano aconteceu no segundo dia de aplicação das provas, em 10 de
novembro de 2019, quando foram distribuídos os exames de Ciências da
Natureza e de Matemática. Rebecca conta que realizava o exame na sala 11
do campus Nova Friburgo da Universidade Federal Fluminense (UFF),
quando um celular tocou. A dona dele, uma outra Rebeca, teria sido
levada pelos fiscais. Antes de ir embora, ela assinou os papéis que
confirmavam sua desqualificação.
Rebecca
Campos diz que preencheu todos os cartões de respostas da maneira
correta, entregou aos fiscais e só teve de assinar seu nome na lista de
presença. No entanto, no dia 17 de janeiro, quando as notas foram
divulgadas, Rebecca se surpreendeu. Tinha sido eliminada.
De
acordo com o site, um toque de celular havia motivado a desqualificação.
“Se o aparelho eletrônico, ainda que dentro do envelope porta-objetos,
emitir qualquer tipo de som, como toque ou alarme, o participante será
eliminado do exame”, dizia a advertência.
— Colocaram como se eu fosse eliminada, mas segui todas as regras direitinho — relata a estudante.
Rebecca
diz ter enviado mais cem e-mails ao Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais (Inep), responsável pelo Enem, pedindo a
restituição de sua nota. Também tentou por telefone e nada. Com medo de
não conseguir se inscrever no Sistema de Seleção Unificado (Sisu),
Rebecca foi ao Twitter pedir que seu caso fosse divulgado.
— O Sisu começa amanhã e estou desesperada desde o dia 17, por favor me ajudem — pediu ela no tuíte.
Mensagem viralizou
A
comoção foi imediata: em menos de 24 horas, o tuíte ganhou mais de 30
mil compartilhamentos e quase 80 mil curtidas. No embalo da repercussão,
na madrugada da terça-feira, Rebecca publicou um vídeo no Instagram,
explicando o caso em detalhes. No fim da tarde do mesmo dia, a postagem
acumulava mais de 28 mil visualizações. Nos comentários, várias menções
aos perfis oficiais do Inep, do Sisu e do Ministério da Educação (MEC).
A União Nacional dos Estudantes (UNE) chegou a compartilhar o vídeo, pedindo esclarecimentos do Inep.
— A repercussão foi muito grande. Nossa, fiquei muito feliz. Estou sem palavras até agora.
Na manhã da terça-feira, a estudante recebeu uma resposta do Inep. Por telefone, informaram que iam rever a nota da candidata.
Inep elogia solidariedade
Enquanto
aguardava resposta, a família da estudante acionou o advogado Alexandre
de Lima que, após abrir processo pedindo a reclassificação da cliente,
fez contato com a outra Rebeca, que teve a prova recolhida. Segundo
Lima, ela declarou ser dona do celular que tocou durante a realização do
exame.
O GLOBO tentou entrar em contato com a assessoria do Inep,
mas não obteve resposta. Na tarde desta terça-feira, em resposta a um
tuíte, o Inpe informou que as notas de Rebecca estavam disponíveis. O
texto estava acompanhado de uma resposta manuscrita pelo presidente do
Inep, Alexandre Lopes, à comoção gerada entre os internautas.
— Já
estamos verificando o caso da Rebecca. Foi um bonito gesto de
solidariedade com a participante — dizia o bilhete. A estudante
confirmou que já consegue ver suas notas no portal do Enem.
Moradora
de Nova Friburgo, Rebecca sonha cursar Jornalismo na UFF, no campus
Niterói. Esta é a segunda vez que ela faz o Enem: em 2018, se inscreveu
só para treinar. Segundo ela, enfrentar o Enem “para valer” não foi
fácil:
— Horrível, essa experiência. Não desejo para ninguém.
Fonte: Yahoo Notícias - Créditos: Polêmica Paraíba- Publicado por: Adriany Santos

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