Nesta segunda-feira, Dia Nacional do Fusca, fãs mostram que carro ainda faz sucesso por onde passa
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| Eduardo Lapa de Castro e seu filho Rodrigo são dois apaixonados por carros antigos - Foto: Ana Branco / Agência O Globo |
Há
70 anos rodando em terras brasileiras, o Fusca é ainda hoje um dos
carros que mais marcou a história, tanto no Brasil como no mundo.
Automóvel mais vendido até os dias atuais, o modelo da Volkswagen,
criado em 1938 – chegou nas fábricas tupiniquins em 1959 -, deixou de
ser produzido em 2003, mas ainda sim faz sucesso e atrai olhares por
onde passa. E não é só o dos amantes das quatro rodas. Presente na
memória afetiva do povo, o carro é homenageado hoje, no 31º Dia Nacional
do Fusca
A data especial passou a ser
comemorada em 1987, após clubes de amantes do veículo se reunirem com a
Volkswagen. O carro chegou ao Brasil em 1950 com 30 modelos importados
e, depois de três anos, passou a ser montado no país com peças vindas do
exterior. Sua fabricação nacional começou apenas em 1959, em São Paulo.
Um
dos maiores entusiastas do fusquinha, Alexander Gromow, participou da
criação da data no Brasil e do Dia Mundial do Fusca na Alemanha, seu
país de origem. Ex-presidente do Fusca Clube do Brasil, autor dos livros
“Eu amo Fusca” e “Eu amo Fusca II”, afirma que é complexo explicar o
porquê dos fuscas maníacos — ele incluso — gostarem do veículo:
—
Não sei se precisa de explicação. Basta ver o resultado. Costumo dizer
que por onde passou, onde foi vendido, trouxe progresso, alegria e uma
quantidade de amantes. É um fenômeno mundial — ressalta.
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| A feira atrai apaixonados por carros antigos e curiosos que aproveitam para tirar fotos junto ao carro favorito - Foto: Ana Branco / Agência O Globo |
Gromow comemora que, mesmo
após parar de ser produzido em 2003 no México e em 1996 no Brasil, até o
ano passado, o modelo ainda era o carro usado mais vendido no País.
—
Agora é mais raro de ver na rua, mas ainda tem. O interessante é que
jovens que não são dessa época ainda gostam e compram. É impressionante.
Dificilmente o Fusca será retomado, porém, tem que ser respeitado —
exclama.
A história é passada de geração em
geração. Analista de redes, Alex Gomes Barbosa, de 32 anos, cresceu
vendo o amor do pai por seu fusquinha marrom, comprado em 1974. O carro
passou por momentos importantes da família, acompanhando o namoro dos
pais de Barbosa, casamento e a infância dos dois filhos.
— Este carro foi o que levou minha irmã na igreja em seu casamento e nós aprendemos a dirigir nele — relembra.
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| O analista de redes Alex Barbosa com o fusca do pai - Foto: Ana Branco / Agência O Globo |
Mesmo
com um outro automóvel na garagem desde 2013, os passeios sempre eram
de Fusca. O caminho, no entanto, foi interrompido após a morte repentina
do patriarca há cerca de três anos, mas o amor há havia passado de pai
para filho.
— Ele estava o reformando quando
faleceu e eu decidi continuar o processo, que me ajudou a lidar com a
perda. Se depender de nossa família, nunca terá um ‘vende-se’, o carro
será levado por gerações — garantiu.
O veículo foi
exposto pela primeira vez na segunda edição do Dia Nacional do Fusca,
um encontro de carros antigos, organizado pelo casal Guilherme de Souza e
Michele Lourenço, do Iguaçu Auto show, que homenageia o modelo da
Volkswagen. Realizado neste domingo no Shopping Nova Iguaçu, na Baixada
Fluminense, reuniu 422 veículos no estacionamento do centro comercial,
entre eles, mas de 100 fuscas.
— É um carro
icônico. Até hoje não bateram o número de venda dele, que é amado não só
no país, mas em todo o mundo. Os colecionadores são fascinados, às
vezes vemos oferecer R$ 100 mil por um, e os donos não aceitam — conta.
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| Feira fica sob a coordenação do casal Guilherme de Souza e Michele Lourenço - Foto: Ana Branco / Agência O Globo |
Fora
de produção há 17 anos, o ‘besouro’ ou a ‘baratinha’, como também são
apelidados, continuam no imaginário dos amantes dos motores. Dependendo
do modelo, ano de fabricação e do seu estado de conservação, um exemplar
pode ser adquirido por valores entre R$ 5 mil e R$ 20 mil, mas também
pode chegar a R$ 50 mil.
Um dos mais novos donos
de Fusca no Rio, o empresário Pedro Henrique da Costa Silva, 27,
escolheu um modelo famoso para chamar de seu: o Herbie. Personagem
fictício dos estúdios Disney, o branco pérola é conhecido por ter vida
própria e ser inteligente, além de seu carisma e personalidade. Não teve
jeito, o negócio foi fechado ‘à primeira vista’.
—
Sempre gostei de carros antigos e quando comecei a visitar os eventos,
me apaixonei. Fiquei procurando um Fusca por 10 meses, porém não achava
um que gostava, até encontrar este em Muriqui. Despertou logo a emoção,
comprei na hora há dois meses — comemorou.
Se
Pedro Henrique demorou 27 anos para ter seu próprio fusquinha, Rodrigo,
filho do empresário do ramo de automóveis, Eduardo Lapa de Castro, 44,
já comemora a conquista de seu ‘azulzinho’ aos 5 anos. Dono de 10
veículos antigos, quatro deles Fusca, Eduardo é apaixonado por este
universo desde a infância, comprou seu primeiro carro aos 18 e acabou
juntando o hobby com o trabalho.
— O bacana do carro antigo é que você não compra só o veículo, compra a história — ressalta.
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| Pedro Henrique da Costa Silva, 27 anos, começou a se interessar pelo mercado há pouco mais de dois meses, quando comprou seu primeiro fusca Foto: Ana Branco / Agência O Globo |
A
aventura de Eduardo começou cedo, ainda bebê. Seu avô era dono de um
modelo amarelo do ano de 1972 e os passeios ficaram marcados em sua
memória. Há oito anos, passando por uma rua no Rio de Janeiro,
encontrou, pela placa, o antigo possante.
—
Ele estava destruído. Bati na porta, ofereci para comprar e até hoje
está restaurando. Desmontamos toda a carroceria, agora está na fase de
pintura e ainda faltam algumas peças originais — disse.
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| Fusca ainda sim faz sucesso e atrai olhares por onde passa - Foto: Ana Branco / Agência O Globo |






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