‘PERSONAL BRONZERS’: Biquíni de fita isolante entra na moda neon e faz sucesso
O
bronzeamento com fita isolante, que deixa aquela marquinha super
destacada, já é marca registrada do verão carioca. Mas o modelo pretinho
básico, popularizado por Anitta no clipe de ‘Vai, malandra’, é coisa do
passado. De acordo com quem trabalha no ramo, o método continua em
alta, mas agora as versões ultra coloridas em neón, com desenhos,
estampas e até pedrinhas, caíram no gosto das clientes e são tendência
máxima desta estação.
Uma
caminhada pelo Piscinão de Ramos, na Zona Norte, na tarde desta
terça-feira (7), confirma a moda: em todo lugar tem alguém de biquíni de
fita isolante colorida. Os modelos vão do bem basiquinho, colorido e
com alças pretas, até os mais ousados, com animal print.
Danny
Bronze trabalha há 4 anos com bronzeamento de fita no Piscinão de Ramos,
e considera as fitas coloridas mais seguras, por não machucarem as
partes sensíveis da pele, como acontecia com as pretas tradicionais.
“Fita
preta eu não gosto de montar no verão, porque o sol é muito quente,
pode dar ferida no peito, machucar o peito. O certo do bronze é uma hora
de frente e uma de costas. O bronze é por sessões. Depois (de uma hora)
tira o produto, passa um gel pós-sol e vai pra casa. Indico bastante
protetor e bastante água de coco pra hidratar. Mas as clientes às vezes
querem chegar 7h da manhã e sair às 17h. Não é assim”, alerta ela.
Preço não sobe com novidade
Apesar
de ser uma novidade, o biquíni colorido, simples, com estampa ou
pedrinha, não teve aumento de preço. O custo é de R$ 20 para a parte de
cima do biquíni e R$ 20 para a parte de baixo. Na barraca de Danny
Bronze, quando homens querem fazer, o custo é de R$ 40 pela sunga. No
caso de travestis e mulheres trans, o preço fica em R$ 50, no total.
Danny explica: “Dá bem mais trabalho fazer o contorno para esconder”,
diz.
Ao longo da areia, são várias as barracas que oferecem o serviço, que não costuma variar muito de preço.
A
atendente Mayza Garrett, mulher trans, foi conhecer o método. Ela foi
na barraca da Paula Bronze (por lá, todas as atendentes adotam o
sobrenome do serviço que oferecem).
“Geralmente, eu faço marquinha
de sol. Mas quis fazer uma marquinha diferente, com parafina, que fica
bem simétrico. Eu gostei do resultado. Foi mais ou menos 40 minutos.
Fiquei passada com o preço, trouxe R$ 200, mas com R$ 30 você paga”,
contou ela, que afirma que já pensa em voltar.
Do Piscinão para a Zona Sul
A
Cristina Ramos, de 33 anos, é cliente antiga. Desde 2017, a manutenção
do bronzeado dela é feito aqui, no Piscinão, na barraca da Danny Bronze,
mas ela leva o biquíni de fita para passear pelas praias da cidade.
“O
colorido chama mais atenção do que o preto e a marquinha fica top. Eu
tive em Ipanema e, lá, essa moda ainda não chegou. Todo mundo achou
bacana. Eu me monto com a Danny e com a Rayane e vou à praia, chegando
lá, faz o maior sucesso, porque o colorido não chegou lá. Estive lá e
fui aprovadíssima”, contou a banhista Cristina Ramos.
Todos os tons de rosa
Com
uma caixa cheia de rolos de fitas isolantes coloridas, Danny contou que
a cor mais requisitada é a rosa. Há desde as versões mais pastéis
chegando até a mais pink.
Os biquínis de fita isolante montados
diretamente no corpo não são uma novidade. Os modelos são colados direto
na pele, com gaze protegendo as mucosas, como os mamilos. Danny destaca
que eles não devem ser aplicados em peles com qualquer tipo de ferida.
Em
um dia como esta terça, que pode ser o dia mais quente do verão, ela
monta até 150 biquínis. A preferência das clientes varia, segundo ela:
algumas, mais tímidas, só montam a parte de cima. Tamanho e estilo são
adaptáveis para agradar.
O trabalho a ajudou a conquistar seu próprio espaço, segundo ela.
“É o meu sustento, pago as minhas contas e compro as coisas para meu
filho. Melhor coisa é trabalhar para a gente”, destacou Danny.
Cores podem trazer mais riscos à saúde, diz dermatologista
Desde
que a prática de bronzeamento com fita isolante se popularizou,
dermatologistas alertam para os perigos desse tipo de exposição ao sol.
Isso porque, além de montar o biquíni com a fita isolante, as “personal
bronzers” também usam uma parafina preparada que ajuda a acelerar o
processo de bronzeamento.
“A parafina, o café, o acaí, a manteiga,
refrigerantes a base de cola, entre outros ‘bronzeadores caseiros’ não
conferem proteção contra a radiações ultravioletas além de poderem
causar queimaduras, e não bronzeamento, na pele”, explica a
dermatologista Cibele Durães, da clínica Leger, no Rio.
Cibele
explica que a própria fita isolante também representa um risco. “O
material foi desenvolvido para outros fins e não pra ficar em contato
com a pele e ela possui em sua composição química várias substâncias
perigosas para o organismo além da sua cola ser potencialmente
alergênica. Seu uso pode causar dermatite de contato alérgica a curto,
médio ou longo prazo e a dermatite irritativa primaria, ocasionados
pelos microtraumas durante sua remoção do corpo”, diz.
As
coloridas, em especial, podem ser ainda mais nocivas à saúde da pele.
“As fitas coloridas podem conter chumbo em sua composição podendo ser
ainda mais nocivos à pele do que a preta”, alerta ela.
Fonte: G1 - Publicado por: Fabricia Oliveira
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