Entenda o fetiche do cuckold, indivíduo que sente prazer no relacionamento sexual de sua mulher com outro homem
Para
a maioria dos homens, saber que sua mulher teve um caso com outro é a
pior situação que podem enfrentar em um relacionamento amoroso. Porém, o
que representa sofrimento para uns funciona como fonte de excitação
para outros. Existem homens que gostam de exercer esse papel. São os
chamados cuckolds, indivíduos que sentem prazer no relacionamento sexual
de suas mulheres com outros homens.
O
termo em inglês cuckold vem de cuckoo (cuco), em referência ao pássaro
que engana outras aves, depositando ovos em seus ninhos para que elas
criem seus filhotes. Em português, é comum o uso da palavra corno ou
corno manso. Quem tem esse fetiche aprecia imaginar, ver ou participar
de uma transa da parceira com outro homem.
Mesmo tendo uma
essência comum, o desejo voluntário de ser corno, cada cuckold tem suas
fantasias e limites. Alguns sentem prazer em participar do ato sexual,
assistindo, estimulando, filmando ou às vezes consumindo o sêmen do
parceiro escolhido, e outros preferem apenas ouvir os relatos das
aventuras sexuais da mulher.
Prazer na humilhação
O universo
das fantasias é muito amplo para ser generalizado. Mas, entre os
cuckolds, um elemento recorrente desse desejo consiste no prazer pela
humilhação.
Alguns cuckolds topam o contato com outro homem
durante a prática. Mas esse comportamento não é uma regra. Existem
cuckolds que preferem não ter nenhum tipo de contato físico com o
“amante”. E mesmo que exista o envolvimento sexual, geralmente isso não
tem ligação com a homossexualidade, já que o típico cuckold gosta de se
relacionar com mulheres, preferencialmente dominadoras.
E o ciúme?
A
despeito do prazer que sentem vendo a mulher com outro, os adeptos
dessa fantasia não estão imunes ao ciúme. Apesar disso, os cuckolds não
costumam ver a fantasia como um risco para o relacionamento ou um sinal
de que não existe amor. Em suas investigações para um doutorado sobre
sexualidade em praticantes de sexo liberal no Brasil, o pesquisador
Edson Vasconcelos*, professor de Sociologia da UEPB (Universidade
Estadual da Paraíba), nota que não há em boa parte daqueles que
vivenciam essas práticas a impressão de estarem fazendo algo que
comprometa a relação.
“Vários
deles já informaram que sua realização no cuckold reside no fato de
querer apimentar ainda mais a relação e que isso também seria uma forma
de demonstrar o amor que sentem pelas suas parceiras”, relata o
pesquisador.
Antes de revelar um desejo como esse é preciso
perceber bem os sinais do outro. Quase sempre, a prática é unilateral,
ou seja, apenas as mulheres têm relações extraconjugais. E, para que a
fantasia funcione, a mulher ou namorada também precisa ter a vontade de
se relacionar sexualmente com outros homens.
A internet é o
principal ponto de encontro para a realização do fetiche. E muitas vezes
o casal viaja para outras cidades para poder manter a fantasia em
segredo, longe do julgamento alheio.
Fonte: Universa - Publicado por: Larissa Freitas
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