Suspeito por óleo vazado no litoral do Nordeste, navio fantasma ‘dribla’ radares
Apontada
como uma hipótese para o derramamento de óleo nas praias do Nordeste, a
circulação de navios fantasmas petroleiros pelo Atlântico pode ser
motivada pelas sanções econômicas dos Estados Unidos à Venezuela,
segundo especialistas.
Análises
sobre a mancha de poluição, que atinge 156 localidades de 71
municípios, já indicaram que a substância achada nas praias tem
“assinatura” venezuelana, mas a origem do poluente ainda é desconhecida.
Os
chamados navios fantasmas do século 21 não são embarcações
mal-assombradas, mas aquelas que procuram navegar sem registro oficial.
Para isso, trocam de nome e até desligam o transponder. O aparelho,
obrigatório em todas as embarcações, registra a localização em tempo
real de cada navio.
“Historicamente, parte do petróleo produzido
sempre foi comercializado por canais não oficiais”, explica o economista
Edmar Almeida, da Universidade Federal do Rio (UFRJ).
“Tanto é
que nas estatísticas do petróleo há diferença entre o que é declarado
como produção e o que é declarado como consumo.” Segundo ele, isso pode
ocorrer por várias razões, como roubo e tráfico de combustível, guerras e
conflitos internacionais ou sanções econômicas.
Coordenador do
Grupo de Análise da Conjuntura Internacional da Universidade de São
Paulo (USP), Alberto Pfeifer diz que as sanções americanas à Venezuela e
a países que comercializem com ela “podem estar estimulando a
marginalidade”.
Os navios fantasmas costumam usar rotas menos
conhecidas. Com isso, ficam mais vulneráveis a contratempos. Um eventual
derramamento de óleo pode ocorrer por acidente ou pelo descarte de
mercadoria irregular para evitar flagrantes. “O tráfico de combustível é
uma das cinco atividades ilícitas mais lucrativas, atrás de drogas,
armas, pessoas e animais”, diz o especialista venezuelano Rafael Villa,
do Instituto de Relações Internacionais da USP. “E sabemos que na
Venezuela um dos graves problemas é o contrabando de combustível.”
Fonte: Uol - Publicado por: Gerlane Neto
Nenhum comentário:
Postar um comentário