A
8ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio rejeitou o último
habeas corpus pedido pela defesa de Adriana Ferreira Almeida, a Viúva da
Mega-Sena. Com essa decisão, se esgotam os recursos possíveis para
ex-cabeleireira, que finalmente foi condenada definitivamente pelo
assassinato do marido, o ex-lavrador e milionário René Senna, em janeiro
de 2007.
“À
mingua de ilegalidade ou abuso de poder contra a liberdade de locomoção
da paciente, o habeas corpus desvia-se de sua finalidade e torna-se, por
consequência, inadequado para o único fim de reformar a sentença
condenatória do Tribunal Popular, que é o que remanesce”, escreveu o
desembargador Claudio Tavares de Oliveira Junior, relator do caso.A
defesa de Adriana — que foi condenada em primeira instância em dezembro
de 2016 a 20 anos de prisão por ser mandante do assassinato do ex-marido
— pedia, no habeas corpus, a diminuição da pena. O pedido foi negado
por unanimidade.
Agora, Adriana só tem mais uma pendência com a
Justiça: ela aguarda o último recurso do processo que vai definir a
partilha da herança de René Senna, estimada em R$ 120 milhões. Apesar de
a Justiça ter anulado o testamento que beneficiava a ex-cabeleireira, a
filha do milionário recorreu da decisão. Renata Almeida Sena, de 32
anos, deseja a revalidação do testamento que beneficia a assassina de
seu pai em detrimento do outro que dividia a herança entre ela e seus
nove tios, irmãos do ex-lavrador.
No
recurso, a defesa de Renata argumenta que Adriana não tinha intenção de
matar o milionário quando o testamento foi assinado, três meses antes
do crime e mais de um ano depois de Renê ganhar a bolada. O recurso deve
ser julgado até o final do ano.
René
Senna foi executado a tiros por dois homens contratados por Adriana, em
janeiro de 2007, em Rio Bonito, na Região Metropolitana. De acordo com a
sentença que condenou a cabeleireira, Adriana ordenou a morte do marido
após ele ter dito que iria a excluí-la do testamento, pois havia
descoberto que estava sendo traído.
Atualmente, ela cumpre a pena
em um presídio do Rio. O sítio em que o casal vivia antes do crime — um
dos bens mais valiosos da herança — está hoje abandonado.
Durante o
julgamento em que foi condenada, Adriana disse que amava Renê e que sua
vida era muito melhor quando ele estava vivo: “Eu tinha tudo”, afirmou,
na ocasião. Após o crime, Adriana se casou novamente e incorporou o
sobrenome do novo marido ao seu: hoje, ela assina Adriana Ferreira
Almeida Nascimento.
Fonte: O Globo - Publicado por: Alana Yaponirah
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