País tem recorde de 38,683 milhões trabalhando na informalidade, mostra IBGE
Embora
o País tenha atingido no trimestre encerrado em julho o maior
contingente de pessoas trabalhando, 93,584 milhões de brasileiros, o
mercado de trabalho registrou também um nível recorde de 38,683 milhões
de pessoas atuando na informalidade, segundo os dados da Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), iniciada em
2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Ou
seja, 41,3% de todos os ocupados estão na informalidade, contra uma
fatia de 40,9% registrada no trimestre terminado em abril.
O
levantamento, considerado uma proxy da informalidade, inclui os
empregados do setor privado sem carteira assinada, os trabalhadores
domésticos sem carteira assinada, os trabalhadores por conta própria sem
CNPJ, os empregadores sem CNPJ e o trabalhador familiar auxiliar.
“O
desemprego está caindo, mas o que está acontecendo? Tem uma
transferência para a subutilização, tem um aumento na subocupação”,
frisou Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE.
No
período de um ano, o mercado de trabalho absorveu 2,218 milhões de
trabalhadores, mas somente 233 mil deles com carteira assinada no setor
privado. Segundo Azeredo, a reação esboçada pela carteira assinada na
divulgação referente ao trimestre terminado em junho não se confirmou na
pesquisa de julho.
“Você
está transferindo gente da desocupação para a subocupação por
insuficiência de horas trabalhadas. Dos dois milhões de ocupados a mais
ante o ano passado, mais da metade é conta própria, 54%”, completou
Azeredo.
Reflexo para a Previdência
Como consequência, a
proporção de trabalhadores ocupados contribuindo para a Previdência
Social caiu a 62,8% no trimestre encerrado em julho, menor patamar desde
2013.
“A
contribuição para a Previdência se mantém em patamar baixo, em função
da queda que houve do emprego com carteira assinada e que o mercado de
trabalho brasileiro não conseguiu recuperar”, justificou o coordenador
do IBGE.
Transporte por aplicativo
Segundo Azeredo, o IBGE
está monitorando a entrada em vigor da exigência por uma empresa de
transporte por aplicativo de que seus motoristas tenham registro no MEI
(Microempreendedor Individual), o que deve aumentar o número de
trabalhadores por conta própria com CNPJ e a proporção de ocupados
contribuindo para a Previdência.
“Ainda não começou, mas estamos monitorando”, contou Azeredo.
Fonte: Uol - Publicado por: Gerlane Neto
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