Fernandinho Beira-Mar se forma em teologia e escreve Trabalho de Conclusão de Curso sobre Jesus Cristo
Após
3.440 horas de aulas à distância, Fernandinho Beira-Mar se formou em
teologia nas Faculdades Batista do Paraná. Ele escolheu Jesus Cristo
como tema de seu Trabalho de Conclusão de Curso, que foi avaliado com
nota 9 pela banca.
Ele não pode comparecer à colação de grau, que
aconteceu no dia 30 de julho passado. No formulário anexado ao TCC, o
traficante deixou em branco o campo em que precisa explicar o motivo da
ausência na formatura. As informações são do portal UOL.
No trabalho de conclusão de curso, o traficante condenado critica a globalização, o capitalismo e o consumismo.
“Infelizmente,
no mundo atual, globalizado, capitalista, consumista e com todas as
facilidades e rapidez oferecidas pela internet, muitos acreditam,
falsamente, que felicidade consiste em possuir bens materiais, assim
como poder e fama”, defende o bacharel em teologia no texto. A
monografia será transformada em livro e vendida no site do traficante,
junto com canecas, camisetas e capas de celulares – tudo com a marca
FBM.
Um dos traficantes de drogas e armas mais famosos do país,
Luiz Fernando da Costa foi capturado em um acampamento das Forças
Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) em 2001. À época, foi
descrito nos jornais colombianos como o “Pablo Escobar brasileiro”.
TEOLOGIA DA PROSPERIDADE
Na
dissertação final, Fernandinho Beira-Mar criticou a teologia da
prosperidade, aplicada por parte das igrejas neopentecostais para
justificar doações para os ministérios cristãos: “Jesus foi um grande
problema para a classe dominante de seu tempo e ainda O é. Cristo era um
Homem que levava sua Palavra sem se preocupar com estabelecimentos,
pregava em montes, praias, cidades e templos, levando o Reino de Deus
aos que necessitavam, sem prometer a fortuna na terra, e sim a fé, a
caridade e o amor.”
Hoje, Beira-Mar está preso em Mossoró, Rio
Grande do Norte. Para completar o curso, ele usou a internet os
computadores das unidades federais, que são monitorados para impedir
comunicação externa. Isso não impediu o traficante de seguir comandando o
tráfico: uma investigação da Polícia Federal em maio de 2017 revelou
que ele alternava as atividades criminosas com os estudos de teologia na
Penitenciária Federal de Porto Velho, em Rondônia.
À época, ele
atuava em 13 comunidades de Duque de Caxias (RJ) com sua rede de
contatos a partir da Favela Beira-Mar. O lucro mensal do grupo era de
cerca de R$ 1 milhão, mesmo com o chefe atrás das grades.
Yahoo Notícias
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