Votação em segundo turno da reforma da Previdência fica para o mês de agosto
Já foram aprovadas mudanças que suavizaram as regras para professores, policiais, homens e mulheres

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A Câmara dos
Deputados concluiu ontem (12) a votação do primeiro turno da reforma da
Previdência, com a análise dos destaques - as sugestões de mudanças ao
texto-base que já tinha sido aprovado na quarta-feira (10). No final,
foram aprovadas mudanças que suavizaram as regras para professores,
policiais, homens e mulheres. Mesmo com as mudanças, o secretário
especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho afirmou que a
economia com a reforma nas regras de aposentadoria e pensão deve ficar
em torno de R$ 900 bilhões em dez anos.
Segundo ele, trata-se ainda de uma estimativa e a equipe
econômica trabalhará nos próximos dias para refinar esses cálculos. A
projeção considera que a redução na economia com o abrandamento das
regras ficou entre R$ 50 bilhões e R$ 70 bilhões, afirmou Marinho.
O
valor final ficou abaixo da meta de economia de R$ 1 trilhão estipulada
pelo Ministro da Economia, Paulo Guedes. Mas, segundo Marinho, a
aprovação da medida provisória 871, convertida na lei 13.846, de combate
às fraudes na concessão de benefícios do INSS, fará com que a União
ganhe "pouco mais de R$ 200 bilhões" nos próximos dez anos a partir de
2020. A colunista Adriana Fernandes apurou com técnicos que fizeram os
cálculos que o número é até maior: R$ 220 bilhões. "Entre a PEC da
Previdência e a MP 871, teremos impacto fiscal de R$ 1,1 trilhão,
aproximadamente", afirmou o secretário.
Adiamento
A
proposta que modifica as regras para se aposentar no Brasil ainda
precisa ser aprovada em segundo turno pelos deputados antes de seguir ao
Senado. A votação do segundo turno foi marcada para o dia seis de
agosto, depois do recesso parlamentar, que começa em 18 de julho.
Inicialmente, o governo e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ),
esperavam analisar a proposta em segundo turno até o fim desta semana.
Chegaram a cogitar, até, convocar sessão para este Sábado (13). A
previsão, porém, mudou na medida em que as votações foram se arrastando
durante a semana.
Há um temor de que, ao voltar às suas bases, os
parlamentares sejam pressionados a mudar pontos do projeto na votação em
segundo turno. O presidente da Câmara, porém, disse acreditar que os
deputados podem mudar de ideia, sim, mas a favor da Previdência.
Ao
comentar o atraso da votação ao longo da semana, Maia aproveitou para
criticar mais uma vez a articulação do governo de Jair Bolsonaro. "Não
ter governo organizado atrapalha muito", disse. Ele também ressaltou o
protagonismo dos deputados na reforma e negou que o objetivo da Câmara
seja reduzir o poder do presidente Jair Bolsonaro. "Não é isso que nós
queremos", disse.
Mudança
O texto aprovado
ontem (12) propõe que os homens só poderão se aposentar aos 65 anos e as
mulheres, aos 62 anos, com um tempo mínimo de contribuição de 15 anos
(homens e mulheres).
A modalidade da aposentadoria por tempo de
contribuição - que exige tempo mínimo de 35 anos (homens) e 30 anos
(mulheres) vai acabar, caso a reforma seja aprovada da forma como está.
Os novos critérios valerão para quem ainda não começou a trabalhar. Quem
já está trabalhando e contribuindo para o INSS ou o setor público terá
regras de transição.
Após a conclusão da votação no plenário, a Comissão Especial onde a
reforma tramitou até a semana passada, se reuniu novamente para votar a
redação do texto para o segundo turno. Esta etapa é mais formal, mas
havia a expectativa de que poderia se prolongar por três horas diante da
promessa de obstrução por parte da oposição.
Política ao Minuto com informações do
jornal O Estado de S. Paulo
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