Gustavo Henrique Elias Santos, o DJ preso, diz que viu mensagens de autoridades em celular de amigo
O DJ teve a prisão temporária decretada por suspeita de invadir celulares de autoridades
© Reuters
Um dos presos em
Araraquara (SP) na Operação Spoofing da Polícia Federal confirmou que
teve acesso a mensagens de celulares de autoridades, especialmente as do
ministro da Justiça, Sérgio Moro. O DJ Gustavo Henrique Elias Santos,
que teve a prisão temporária decretada por suspeita de invadir
celulares, contou ter visto as mensagens no aparelho telefônico de um
amigo, Walter Dalgatti Neto, também preso, relatou o seu advogado,
Ariovaldo Moreira.
Gustavo e a mulher, Suelen Priscila de Oliveira, prestam
depoimento nesta quarta-feira, 24, às 14 horas na sede da Polícia
Federal, em Brasília. Além do casal e de Walter, a polícia ainda prendeu
Danilo Cristiano Marques.
Agentes federais que participam das
investigações disseram à reportagem que um dos presos confirmou
envolvimento nas invasões de celulares de Moro e do coordenador da Lava
Jato, Deltan Dallagnol; e garantiram que não resta dúvida da
participação de todo o grupo de Araraquara no crime.
A Operação Spoofing foi determinada pelo juiz da 10ª Vara Federal de Brasília, Vallisney de Souza Oliveira.
O
advogado Ariovaldo Moreira, que representa Gustavo e Suellen, disse que
o relato ouvido pelo seu cliente sobre as mensagens será narrado nesta
quarta em depoimento à polícia. "O Gustavo me falou a respeito da
invasão dos celulares. O próprio "Vermelho" (Walter) mostrou que tinha
as mensagens. O Walter mostrou mensagens de autoridades para ele há
meses. E ele alertou: 'Cuidado que você pode ter problema com isso'.",
disse. "Ele vai narrar os fatos as autoridades".
Moreira nega
envolvimento de Suellen e Gustavo na invasão dos celulares. "Suellen não
sabia nada sobre os fatos", afirmou. "(Ela) ficou todo tempo algemada,
os pés, os braços. Não (lhe) deram direito de falar com os advogados.
Foram o tempo todo humilhados. Foram enquadrados por formação criminosa,
a princípio", reclamou o advogado.
Gustavo e Suellen passaram a
noite nas dependências da Polícia Federal no Aeroporto de Brasília. A
pedido da defesa, a polícia adiou os depoimentos de dois, que estava
previsto para terça-feira, 23.
O advogado do casal preso disse que
Gustavo trabalha como DJ. O suspeito já foi condenado em outro caso
pelo Tribunal de Justiça de São Paulo por porte ilegal de arma. O
advogado disse ainda que Suellen tem conhecimento "razoável" e trabalha
com criptomoedas.
Em e-mail encaminhado à PF na noite de terça-feira, ao qual a
reportagem teve acesso, o advogado solicita informações sobre o
cumprimento do mandado de prisão e não autoriza a oitiva de seus
clientes sem sua presença.
Notícias ao Minuto
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