Em segredo de Justiça, Caixa Econômica Federal executa garantias de dívidas da Odebrecht S.A.
A execução corre em segredo de Justiça

© Carlos Jasso/Reuters
A Caixa Econômica
Federal deu andamento à execução de garantias de dívidas da Odebrecht
S.A, apurou o 'Estadão/Broadcast'. A execução corre em segredo de
Justiça, como desdobramento da pressão que o banco público vem fazendo
contra o grupo desde o pedido de recuperação judicial da Atvos, seu
braço de açúcar e álcool.
Com dívidas de R$ 70 bilhões, o controlador tem ficado sem
opções para escapar de uma recuperação judicial - processo que os
executivos e acionistas do grupo têm evitado ao máximo. Entretanto,
segundo fontes próximas ao conglomerado, o processo está sendo concluído
para um eventual pedido de proteção à Justiça na próxima semana. Tudo,
porém, vai depender da Caixa, disse um executivo ligado à negociação.
As
garantias que estão sendo executadas agora, de acordo com três fontes
ouvidas, são relacionadas a dívidas do Itaquerão, estádio do
Corinthians.
Após o pedido de recuperação judicial da Atvos, a
Caixa informou que executaria as garantias dadas pela Odebrecht S.A. a
empréstimos feitos pelas empresas que controla. Assim, o banco e outros
credores aceleraram os pedidos de execução das dívidas da Atvos. Foi um
procedimento formal, sem efeito prático, já que a companhia está
protegida pela Justiça. Porém, foi um passo necessário à execução das
garantias do grupo.
Apesar do início de execução pela Caixa, o
rito legal deixa uma janela de tempo, ainda que pequena, para o grupo
seguir negociando com os bancos.
Essa negociação envolve atender
ao pedido da Caixa de obtenção de ações da Braskem como garantia à sua
exposição ao grupo. Somente Caixa e o Banco Votorantim não têm seus
créditos cobertos por ações da petroquímica. A exposição da Caixa na
Odebrecht supera R$ 2 bilhões.
Para dar ações da Braskem, a
Odebrecht precisa, no entanto, do aval dos demais bancos detentores de
papéis. Além disso, como as ações caíram, o valor da Braskem hoje é
insuficiente para cobrir dívidas.
Dividendos
Uma notícia positiva
para o conglomerado nesta semana foi a decisão do Superior Tribunal de
Justiça (STJ) de liberar a Braskem para fazer o pagamento dos dividendos
aos seus acionistas. O pagamento havia sido bloqueado em abril, após
pedido do Ministério Público e da Defensoria Pública de Alagoas, devido
aos estragos ocorridos em bairros de Maceió por causa da extração de
sal-gema na região, pela petroquímica. A decisão vai liberar R$ 1 bilhão
para a Odebrecht.
Procurada, a Odebrecht não comentou. A Caixa disse que não comenta processos judiciais em curso.
Notícias ao Minuto com informações do jornal O Estado de S. Paulo
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