CASOS DE FAMÍLIA: Miliciano preso por grilagem de terras é tio de Michelle Bolsonaro
Um
dos sete policiais militares presos nesta quarta-feira (29/05) por
integrarem uma milícia com atuação na região do Sol Nascente, em
Ceilândia, é tio da primeira-dama do Brasil, Michelle Bolsonaro. O 1º
sargento João Batista Firmo Ferreira foi um dos alvos da Operação Horus,
que investiga PMs por crimes de loteamento irregular do solo, extorsão e
até homicídio, relacionados à grilagem de terras. O militar reformado é
irmão de Maria das Graças, mãe de Michelle. A família da primeira-dama
mora na região do Sol Nascente.
A
operação foi realizada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao
Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Distrito Federal, em
parceria com a Coordenação Especial de Repressão à Corrupção, ao Crime
Organizado e aos Crimes contra a Administração Pública e contra a Ordem
Tributária da Polícia Civil DF e com a Corregedoria Militar do Distrito
Federal.
Os sete sargentos presos são lotados ou já atuaram no 8º e
no 10º Batalhão da Polícia Militar, unidades responsáveis pelo
policiamento ostensivo na região do Sol Nascente. Além de Jorge Firmo
Ferreira, foram presos e denunciados pelo Ministério Público do DF os
sargentos Jorge Alves dos Santos, Agnaldo Figueiredo de Assis, Francisco
Carlos da Silva Cardoso, José Deli Pereira da Gama, Paulo Henrique da
Silva e Jair Dias.
As
investigações começaram em 2011, mas avançaram graças à participação de
um colaborador, que integrou e liderou a quadrilha, mas resolveu ajudar
na apuração para receber o benefício da redução da pena. Ele procurou a
Delegacia de Repressão ao Crime Organizado da PCDF e detalhou o
funcionamento da organização criminosa.
Com autorização judicial,
as ligações telefônicas dos suspeitos foram interceptadas e as conversas
revelaram a forma de atuação dos policiais militares responsáveis pela
grilagem na região do Sol Nascente. A denúncia destaca que os dados
obtidos com a quebra do sigilo bancário de João Firmo, autorizada pela
Justiça, reforçam a ligação do PM com a organização criminosa. O órgão
identificou duas transferências dele para Francisco Cardoso, outro
integrante da suposta quadrilha de milicianos, em 27 de julho de 2015,
que totalizaram R$ 8 mil.
O
1º sargento entrou na reserva da Polícia Militar em 16 de janeiro de
2017. Conforme o Portal da Transparência, a remuneração mensal dele é de
R$ 8.227,68, fora benefícios.
Outro lado
Em
nota, a Polícia Militar alegou ter colaborado com as investigações por
meio da Corregedoria. A corporação acrescentou que instaurou
procedimentos internos para apurar a conduta dos policiais. “Mas todos
correm sob segredo de Justiça. Portanto, não podemos dar mais detalhes”,
informou.
O Palácio do Planalto informou que não se pronunciará sobre o assunto. O Correio não
conseguiu contato com a defesa de João Firmo Ferreira e dos outros
acusados presos. O processo tramita em segredo de Justiça.
Fonte: Correio Braziliense - Publicado por: Ivyna Souto
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