Brasil ganha US$ 8,1 bilhões com guerra comercial entre China e Estados Unidos
Com aumento de tarifas para 382 produtos americanos no mercado chinês, as exportações brasileiras para o país asiático aumentaram mais de 30% no ano passado em comparação com o período anterior
© REUTERS/Kevin Lamarque
A disputa comercial entre
China e Estados Unidos turbinou as exportações brasileiras para a China
em US$ 8,1 bilhões, segundo levantamento da Confederação Nacional da
Indústria (CNI). As vendas nacionais passaram de US$ 22,589 bilhões, em
2017, para US$ 30,706 bilhões, no ano passado. Por princípio, uma guerra
comercial não é boa nem indicada para nenhum país no médio e longo
prazo, mas no curto prazo, o Brasil tem sido beneficiado.
A CNI cruzou os dados dos 382 produtos americanos, que tiveram
os impostos de importação elevados subitamente – mais de 100 deles
viram a alíquota subir para 25% da noite para o dia – com a pauta de
exportações do Brasil para a China. O maior salto em valor de exportação
ocorreu com a soja. Produtores chineses compraram US$ 7 bilhões a mais
no ano passado do que no ano anterior. O Brasil, por ser o maior
exportador de soja do mundo, é naturalmente a primeira opção na falta de
competitividade de outras economias.
O maior crescimento
percentual foi no tabaco para fumar. As vendas subiram 521%. Seguido de
fígados, ovas e gônadas masculinas com aumento de 421,6%. Os americanos
perderam mercado para os brasileiros em produtos tradicionais como milho
e lagostas congeladas, com aumento de exportações de 376,3% e 327,8%
respectivamente.
“O principal impacto da guerra comercial foi com o
aumento das exportações do Brasil para a China. Percebemos que a China
fez um lista bem cirúrgica, atacando produtos americanos importantes. O
caso da lagosta é icônico. O estado americano do Maine praticamente não
exporta mais lagosta para os chineses. A penetração de produtos
brasileiros para os Estados Unidos também aumentou de um ano para o
outro, mas não percebemos relação direta com a disputa entre eles”, diz o
gerente-executivo de Assuntos Internacionais da CNI, Diego Bonomo.
Com
a guerra entre China e EUA, o Brasil conquistou outros mercados na
China como de: carne bovina, pedaços e miudezes de galos e galinhas,
algodão, sucos de laranja, caixas de marchas e suas partes para veículos
e automotores, castanha do Pará e peixes ornamentais.
O levantamento da CNI também mostra desvio de mercado das exportações
chinesas para o Brasil. As importações brasileiras da lista de produtos
da China, que sofreram com aumento de alíquota do governo Trump,
aumentaram 12% entre 2018 e 2017. Subiram de US$ 13,7 bilhões para US$
15,4 bilhões. Entre eles, destacam-se: eletroeletrônicos, produtos
químicos e plásticos.
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