Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro convocam atos pró-governo no dia 26
O texto disparado por Bolsonaro no WhatsApp é visto por esses apoiadores como sinal de motivação para a realização dos atos
© Marcos Corrêa/PR
Perfis de apoiadores do
presidente Jair Bolsonaro iniciaram, na quarta-feira, 16, um movimento
nas redes sociais para promover atos a favor do governo no dia 26. No
Twitter, ao menos 12 contas ligadas à rede bolsonarista usaram a hashtag
#dia26nasruas para convocar simpatizantes do presidente à manifestação.
O texto disparado por Bolsonaro no WhatsApp nesta sexta-feira,
17, é visto por esses apoiadores como sinal de motivação para a
realização dos atos. Partidos integrantes do Centrão e ministros do
Supremo Tribunal Federal (STF), classificados pelos organizadores como
"inimigos do Brasil", estão na mira dos manifestantes. Eles também
defendem o ministro da Justiça, Sérgio Moro, a Medida Provisória 870 (da
reforma administrativa) e a reforma da Previdência.
"Bolsonaro
sangrou por este País, mas seus inimigos acham pouco. Querem enterrá-lo.
No dia 26, vamos às ruas em protesto contra o Centrão, o STF, e todos
os inimigos do Brasil e deste governo, que se faz tão necessário", diz
uma mensagem do Movimento Brasil Conservador (MBC) no Twitter.
A
iniciativa é uma resposta às manifestações contra o governo na última
quarta-feira, 15. O movimento, porém, não tem a adesão dos principais
grupos que lideraram os atos pelo impeachment da presidente Dilma
Rousseff: Vem Pra Rua, NasRuas e MBL. Memes anônimos com o logotipo
dessas organizações circularam pelas redes sociais convocando para uma
marcha em defesa do governo em Brasília dia 26.
"Apoiamos a nova
Previdência, a reforma tributária e o pacote anticrime. Como a grande
maioria dos brasileiros queremos que o País dê certo e se desenvolva.
Não estamos aderindo a esta manifestação pois achamos as pautas confusas
e dispersas. Somos apartidários", disse Tomé Abduch, porta-voz do
movimento NasRuas.
A ativista Adelaide Olivira, porta-voz do Vem
Pra Rua, conta que o grupo defende a reforma da Previdência e o pacote
anticrime elaborado por Moro, mas não apoia o presidente Jair Bolsonaro.
"O Vem Pra Rua não defende a política do governo e o partido dele, mas
ideias e iniciativas como a reforma da Previdência", afirmou.
Um dos principais temas no Twitter é a oposição do MBL, que afirmou
por meio de sua conta no Twitter não estar na organização do ato.
Apoiadores de Bolsonaro como Pedro Medeiros, aluno de Olavo de Carvalho e
seguido por 11 mil pessoas, criticaram a postura do movimento. Já o
economista Leandro Ruschel, com 240 mil seguidores, também citou o
movimento. "O MBL é oposição ao governo, só não entendo por que não
declararem abertamente", disse.
Política ao Minuto
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