Dívida bruta sobe em março para R$ 5,431 trilhões, 78,4% do PIB, segundo o Banco Central
Um dos motivos para o aumento do endividamento bruto ocorreu devido à alta do dólar de 4,2% em março, que contribuiu com 0,2 ponto percentual para o índice
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© Oswaldo Corneti/ Fotos Públicas
A dívida bruta, que
contabiliza os passivos dos governos federal, estaduais e municipais,
subiu em março, de acordo com dados do Banco Central (BC), divulgados nesta terça-feira (30), para R$ 5,431 trilhões. O valor correspondeu a 78,4% do
Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos
no país), 0,9 ponto percentual a mais que o registrado em fevereiro.
Essa relação entre dívida e PIB é a maior da série histórica, iniciada
em dezembro de 2001.
O chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha,
explicou que um dos motivos para o aumento do endividamento bruto
ocorreu devido à alta do dólar de 4,2% em março, que contribuiu com 0,2
ponto percentual para o índice.
Outros fatores, segundo Fernando
Rocha, foram a incorporação dos juros à dívida (0,5 ponto porcentual) e
as emissões líquidas de dívida do governo (0,7 ponto percentual). Por
outro lado, o crescimento do PIB levou à redução de 0,4 ponto
percentual.
Já a dívida líquida do setor público (balanço entre o
total de créditos e débitos dos governos federal, estaduais e
municipais) ficou menor em março. O resultado ficou em R$ 3,755
trilhões, o que corresponde 52,2% do PIB, com redução de 0,3 ponto
percentual em relação a fevereiro.
Nesse caso, o efeito da alta do
dólar é o inverso da dívida bruta. Isso acontece porque Brasil é credor
líquido em moeda estrangeira, ou seja, tem mais ativos do que dívidas
no exterior. A dívida pública líquida cai quando há alta do dólar,
porque as reservas internacionais, o principal ativo do país, são feitas
de moeda estrangeira.
“No caso da dívida bruta, onde não há esse
efeito, porque não são considerados os ativos, a desvalorização do
câmbio provoca um pequeno aumento na dívida bruta”, explicou Rocha.
Entretanto, Rocha ressaltou que o efeito da alta do dólar é pontual sobre o endividamento líquido.
“O
fator câmbio é pontual. Será uma trajetória de aumento de endividamento
enquanto não tivermos uma consolidação fiscal no patamar necessário”,
disse.
Em
março, o setor público consolidado, formado pela União, os estados e
municípios, registrou déficit primário de R$ 18,629 bilhões. O resultado
primário é formado por receitas menos despesas, sem considerar os
gastos com juros.
Devido ao resultado positivo registrado em
janeiro (R$ 46,897 bilhões), o setor público acumulou superávit primário
no primeiro trimestre de R$ 13,337 bilhões. Em 12 meses, encerrados em
março, o déficit primário ficou em R$ 99,312 bilhões, o que representa
1,43% do PIB.
A meta para o setor público consolidado é de um déficit primário de R$ 132 bilhões este ano.
Economia ao Minuto com informações da Agência Brasil
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