Comissão de Constituição e Justiça retoma terça-feira análise do parecer da reforma da Previdência
A
 Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados 
retomará nesta terça-feira (23) a análise do parecer do relator da 
reforma da Previdência, Delegado Marcelo Freitas (PSL-MG). Pressionado 
por partidos da base governista, o parlamentar pode apresentar uma 
complementação ao parecer.
“O que estamos procurando trabalhar é a
 construção de um consenso, que permita discutir um texto final que 
atenda aos interesses da sociedade brasileira sem que haja uma 
desidratação no texto proposto pelo governo. Estamos estudando ainda. 
São 13 relatórios em apartado que foram feitos”, disse Freitas, após a 
sessão de quarta-feira (17) em que estava prevista a votação do parecer.
A
 previsão inicial era votar o relatório sobre a admissibilidade da 
Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 6/19 na semana passada, mas 
sessões tumultuadas inviabilizaram a votação. Em uma delas, a proposta 
de reforma chegou a ser discutida por mais de 12 horas no colegiado.
A
 líder do governo no Congresso, deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), 
afirmou que o Palácio do Planalto não faz o cálculo de quantos votos 
teria na comissão, mas garantiu que já reúne a quantidade mínima para o 
prosseguimento da proposta na Câmara. “Nós temos os votos necessários, 
temos 43 votos. A gente vai passar isso [na CCJ]”, disse.
Na 
quarta-feira (17), o secretário especial de Previdência e Trabalho do 
Ministério da Economia, Rogério Marinho, confirmou que o governo aceitou
 negociar a reforma da Previdência para facilitar a aprovação do texto 
na CCJ da Câmara. Ele deu a declaração após se reunir com deputados do 
PP, do PRB e do PSL.
“Tivemos uma primeira conversa com membros de
 vários partidos, que têm algumas restrições ao projeto como ele se 
encontra. Iniciamos um diálogo, mas não existe meio acordo. O acordo tem
 que ser feito por inteiro. Vamos continuar a conversar”, declarou o 
secretário.
Segundo
 Marinho, o governo e os líderes da base aliada pretendem fechar o 
acordo até esta segunda-feira (22), para votação no dia seguinte. “Se o 
acordo for celebrado até sexta-feira (19) ou segunda-feira (22), na 
terça-feira (23) a votação se dará sem obstrução e seguiremos para a 
comissão de mérito.”
Após a sessão da última quarta-feira, o líder
 da oposição, Alessandro Molon (PSB-RJ), disse que o parecer do relator 
não estava pronto para ser votado na CCJ. “É um texto muito cruel com a 
maioria da população brasileira. Ou o governo muda o texto, ou ele será 
derrotado na CCJ”, afirmou Molon.
Tramitação
Neste
 momento, cabe ao colegiado apenas a análise sobre a admissibilidade do 
texto. Dessa forma, os parlamentares analisarão se a proposta não fere 
nenhum dispositivo da Constituição Federal.
Caso seja aprovada, a 
medida segue para análise de uma comissão especial e terá o prazo de 40 
sessões do plenário para aprovar um parecer. Somente nessa comissão 
poderão ser apresentadas emendas, ou seja, sugestões de alterações ao 
texto, com o mínimo de 171 assinaturas de deputados cada uma, no prazo 
de dez sessões do plenário.
Para ser aprovada na Câmara, a proposta precisa ter o apoio de 308 deputados em dois turnos de votação nominal.
Regras
Pela
 proposta do governo, a idade mínima para aposentar será de 65 anos para
 os homens e 62 para as mulheres, com no mínimo 20 anos de contribuição.
 A idade mínima subirá a partir de 2024 e, a cada quatro anos, 
considerando a expectativa de vida do brasileiro. Atualmente, a 
legislação estabelece os mesmos 65 anos para homens e 60 para mulheres, 
com o mínimo de contribuição de 15 anos.
A proposta também prevê o
 fim da aposentadoria por tempo de contribuição, que hoje pode ser 
concedida após 35 anos para homens e 30 para mulheres.
O
 texto retira da Constituição vários dispositivos que hoje regem a 
Previdência Social, transferindo a regulamentação para lei complementar.
 Segundo o governo federal, a medida visa a conter a diferença entre o 
que é arrecadado pelo sistema e o montante usado para pagar os 
benefícios.
Fonte: Agência Brasil - Publicado por: Larissa Freitas

Nenhum comentário:
Postar um comentário