Paraibano apresenta para o público infanto-juvenil história e polêmicas do místico de Juazeiro
Santo,
político, líder popular e fonte de todo um folclore que segue crescendo
pelo sertão nordestino diariamente estas são algumas das
características que cercam o mito que é a figura do Padre Cícero Romão.
Assim como muitas das figuras que entraram para a história do nosso
país, Padre Cícero não era um homem simples e divide opiniões daqueles
que buscam estudar o seu passado.
Padre
Cícero em Quadrinhos nos apresenta a história do jovem cearense que
conseguiu pôr a cidade de Juazeiro do Norte no mapa político do Ceará e
religioso do Brasil. A história se inicia ainda na infância do jovem
falando sobre o seu interesse pelo sacerdócio e a sua ida para o
seminário. Para os paraibanos que conhecerão pela primeira vez sua
história descobrir que ele iniciou seus estudos teológicos no seminário
de Cajazeiras poderá ser uma grata surpresa.
O
roteiro da obra escrito por Francisco Airton não se aprofunda em muitos
detalhes, mas cumpre perfeitamente o papel de servir como a primeira
leitura da vida de muitas pessoas sobre a vida do Padre Cícero. A
riqueza com que o roteiro consegue capturar os diversos momentos de sua
vida sem exceder os limites apresentados por esta proposta de servir
como primeira leitura. O texto de Francisco em conjunto com os traços de
Izaac Brito conseguem passar a efervescência de misticismo que cercam o
protagonista e dando uma ideia do sentimento que se tinha no Juazeiro
da época.
Um dos pontos altos do
texto deste livro é conseguir apresentar para o leitor de forma isolada o
sacerdote, o santo e o político. A forma que o enredo separa estas
características ão intimamente ligadas na vida do Padre Cícero é muito
boa para que o leitor possa ir compreendendo o impacto que ele causou em
meio ao nordeste brasileiro da época. Para mim, um leitor já com mais
idade, a forma positiva com que Padre Cícero nos é apresentado sem
abordar profundante as polêmicas que o perseguiram até o fim da vida não
me é tão agradável, mas acredito que um destrinchamento mais profundo
das possíveis facetas negativas do protagonista não é algo tão agradável
em uma obra direcionada a um público infanto-juvenil e serve para
atiçar a curiosidade de públicos mais crescidos a lerem obras que possam
agregar mais valor para esta primeira leitura.
A
arte de Izaac Brito merece um capítulo a parte, pois desde a capa ela
já consegue nos conquistar com seus trações bem definidos suas cores
fortes e um bom uso da paleta de cores ao longo da obra para apresentar
as multifaces do Padre Cícero. Na capa vemos o padre retratado de frente
para a Igreja de Nossa Senhora das Dores que ele mesmo construiu em
Juazeiro do Norte. Na imagem a grande sensação de calor que nos é
passada pelo bom uso do amarelo e do laranja atraem um leitor que
provavelmente pensa num árido sertão quando pensa em Padre Cícero.
Esta
obra serve para nos mostrar mais uma vez que como já nos dizia a letra
da música de Luiz Gonzaga: “No alto do morro, ele está vivo. O padre não
tá morto”, mesmo que seja no imaginário popular. Uma leitura rápida,
leve e que pode ser feita numa tarde apresentando para os jovens pontos
da história nordestina que não se podem perder com o passar das
gerações.
Fonte: Polêmica Paraíba - Publicado por: Anderson Costa
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