Israel tenta pouso na Lua nesta quinta-feira e pode se tornar o 4º país a pousar no nosso satélite natural
O pequeno módulo de pouso que, descontado o combustível, tem apenas 180 kg custou cerca de US$ 100 milhões
© Reprodução / YouTube
SALVADOR NOGUEIRA
(FOLHAPRESS) - Na última quinta-feira (4), a espaçonave israelense
Beresheet concluiu com sucesso a manobra que a colocou em órbita da Lua.
O sucesso deixa a missão muito próxima de se concretizar como a
primeira daquele país - e a primeira no mundo todo a ser promovida pela
iniciativa privada - a pousar em nosso satélite natural.
Desenvolvida
pela organização não governamental SpaceIL, a Beresheet tinha por
objetivo disputar o Prêmio X Lunar Google, competição que terminou sem
vencedores no começo do ano passado. O projeto prosseguiu mesmo assim e
partiu da Terra em 21 de fevereiro deste ano, embarcado num foguete
Falcon 9 da empresa americana SpaceX.
O pequeno módulo de pouso
que, descontado o combustível, tem apenas 180 kg custou cerca de US$ 100
milhões, recolhidos por meio de doações. De início, ele foi colocado
numa órbita alongada ao redor da Terra e, com seus próprios propulsores,
foi paulatinamente ampliando as voltas em torno do planeta, até atingir
uma trajetória com apogeu de 400 mil km no dia 20 de março. Com isso,
em seu afastamento máximo do planeta, cruzaria a órbita da Lua.
Na
quinta, a nave se encontrou com o satélite natural e, ativando seus
propulsores por seis minutos, ajustou sua velocidade para ser capturada
pela gravidade lunar, numa órbita com perilúnio de 470 km. Perilúnio,
você já deve ter desconfiado, é termo que designa o ponto de máxima
aproximação com a superfície da Lua.
"Após seis semanas no espaço,
conseguimos superar outra etapa crítica ao entrar na gravidade lunar",
declarou Ido Anteby, líder da SpaceIL. "Ainda temos um longo caminho até
o pouso lunar, mas estou convencido de que nossa equipe completará a
missão para pousar a primeira espaçonave israelense na Lua, deixando-nos
todos orgulhosos."
A nave já mandou bonitas imagens do lado
afastado da Lua (onde, por sinal, segue trabalhando o jipe robótico
chinês Yutu-2, da missão Chang'e-4) e deve realizar sua tentativa de
pouso na próxima quinta-feira (11), no Mar da Serenidade, localizado no
hemisfério norte do lado próximo. O veículo leva câmera e um medidor de
campo magnético, além de uma "cápsula do tempo" com arquivos digitais
contendo uma Torá, desenhos de crianças, canções israelenses, memórias
de um sobrevivente do Holocausto e a bandeira nacional.
Caso tudo dê certo, Israel deve se tornar o quarto país a realizar um
pouso lunar, depois de Rússia, Estados Unidos e China. Já há discussões
para a comercialização de versões desse módulo de pouso para outros
países e instituições, em particular a ESA (Agência Espacial Europeia).
Notícias ao Minuto
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