Sergio Cabral pede desculpas e cita Aécio Neves e mais 5 em esquemas de corrupção
Publicado por: Gerlane Neto
O ex-governador do Rio Sérgio Cabral (MDB) pediu hoje desculpas por ter participado de esquemas de corrupção e citou ao menos seis políticos durante depoimento ao juiz Marcelo Bretas |
Preso
desde novembro de 2016 e condenado a 198 anos e seis meses de prisão em
processos derivados da Operação Lava Jato, o ex-governador do Rio
Sérgio Cabral (MDB) pediu hoje desculpas por ter participado de esquemas
de corrupção e citou ao menos seis políticos durante depoimento ao juiz
Marcelo Bretas.
“A fronteira entre o legítimo e o ilegítimo vai
se perdendo, você vai fragilizando os seus conceitos éticos, de regras e
princípios”, afirmou ele.
Na audiência de hoje, Cabral foi
questionado por Bretas quanto ao porquê de seguir recebendo propina,
mesmo depois de já ter recebido mais de R$ 100 milhões em valores
indevidos, e disse que era uma questão de “amor ao poder”. “Tem pessoas
que falam comigo: ‘você poderia ter sido presidente do Brasil, poderia
ter dado mais colaboração ao Brasil’. Poderia se eu não tivesse errado.”
O
ex-governador disse ainda que queria dar “um recado à nova geração de
políticos” e que se desculpa sempre com os filhos e a mulher,
Adriana Ancelmo.
A minha recomendação é: a corrupção é uma praga (…) Eu devia ter dito ‘não’ a tudo isso. É irresistível.
Cabral
afirmou que o seu maior arrependimento foi ter reunido empresários
envolvidos nos seus atos de corrupção em torno da candidatura de Luiz
Fernando Pezão (MDB) ao governo do Rio, em 2014. “Digo a todos os
políticos: não tentem fazer os seus sucessores a todo custo. Eu quis
fazer o Pezão a todo custo e, para isto, reuni os meus treze principais
colaboradores no Palácio Guanabara”, afirmou.
Cabral foi
denunciado 29 vezes no âmbito da Lava Jato no Rio e trocou a sua defesa
em dezembro. Antes, ele assumia o caixa 2 em campanhas, mas jamais
falava em corrupção. Após a troca de advogados, mudou a estratégia. Em
fevereiro, Cabral admitiu pela primeira vez o recebimento de propina
durante seus dois mandatos e apontou o ex-governador Luiz Fernando Pezão
(MDB) como recebedor de valores indevidos.
No depoimento de hoje,
o ex-governador mencionou políticos filiados a cinco partidos. A
maioria, supostamente beneficiados com repasses ilegais da Fetranspor,
que gerencia os ônibus no Rio.
Fonte: Uol
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