Presidente Jair Bolsonaro: ‘Desculpem as caneladas, não nasci para ser presidente, e sim militar’
O
presidente Jair Bolsonaro fez uma espécie de desabafo e um ‘meia culpa’
diante das dificuldades que o cargo impõe. “Desculpem as caneladas. Não
nasci para ser presidente, nasci para ser militar”, disse em discurso
no Palácio do Planalto para inauguração do Espaço de Atendimento de
Ouvidoria da Presidência da República. Na quinta-feira, o presidente
também se desculpou pelas “caneladas” em reunião com presidentes de
alguns partidos, segundo o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.
Nesta
sexta-feira, 5, em tom de brincadeira, ele também afirmou que às vezes
se pergunta o que fez para “merecer isso”. “Às vezes me pergunto, meu
Deus, o que fiz para merecer isso? É só problema”, afirmou sobre a
função de presidente da República, rindo, ao finalizar sua fala no
evento de inauguração. Ele deu a declaração ao falar que não possui
qualquer ambição e que não lhe “sobe à cabeça” o fato de ser presidente.
Depois
do evento, ao ser questionado se o cargo é mais difícil do que pensava,
o presidente negou e falou que “sabia das dificuldades por ser um País
grande”. Ele justificou que existem “muitos vícios no Brasil”. Citou
como fatores de preocupação a violência, a empregabilidade e a educação.
Sobre a fala de que “não nasceu para presidente”, disse, aos risos, que
“tem que se virar para não ser engolido”.
Questionado se os
problemas mencionados no discurso estariam relacionados também às
dificuldades no diálogo com parlamentares e partidos políticos,
respondeu que “cada um vai defender seus interesses” e que “isso é
natural”. “Temos que convencer o pessoal para mostrar a questão da
(reforma) da Previdência. Se não aprovar agora, pelo menos grande parte,
daqui dois a três anos vai faltar dinheiro para pagar quem está na
ativa, vamos virar uma Grécia”, declarou na coletiva de imprensa.
O
presidente voltou a admitir que a proposta de capitalização na reforma
da Previdência poderá não ser aprovada pelo Congresso e deixar a
proposta para outra oportunidade. Ele já havia falado sobre a
possibilidade em café da manhã com jornalistas, pela manhã.
“Nós
queremos aprovar o que está aí, mas se os parlamentares entenderem que
está complicado, difícil de explicar agora, podem decidir deixar para
outra oportunidade”, disse na tarde desta sexta a jornalistas. “A gente
gostaria que a proposta enviada fosse aprovada na íntegra, mas com toda
certeza vai ser aperfeiçoada por parte do parlamento”, minimizou
Bolsonaro.
Fonte: O Dia
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