Novo fenômeno meteorológico atinge Moçambique, seis semanas após passagem do ciclone Idai
O ciclone Kenneth atingiu o Continente Africano com rajadas de 270 km por hora e ventos máximos contínuos de até 220 km/h

© Reuters
Apenas seis semanas após o ciclone Idai ter devastado parte da costa de Moçambique, o país banhado pelo Oceano Índico é novamente afetado por um fenômeno meteorológico. O ciclone Kenneth atingiu o norte de Moçambique nessa quinta-feira (25) e colocou o país em "alerta vermelho".
Apenas seis semanas após o ciclone Idai ter devastado parte da costa de Moçambique, o país banhado pelo Oceano Índico é novamente afetado por um fenômeno meteorológico. O ciclone Kenneth atingiu o norte de Moçambique nessa quinta-feira (25) e colocou o país em "alerta vermelho".
O ciclone Kenneth atingiu o Continente Africano com rajadas de
270 km por hora e ventos máximos contínuos de até 220 km/h, informou o
Centro da Junta de Aviso de Tufão (JTWC, um órgão americano de
informações meteorológicas), depois de ter passado pelas ilhas Comores,
onde três pessoas morreram.
O ciclone tem força equivalente a um
furacão de categoria 4 na escala Saffir-Simpson, de acordo com a
Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos (NOAA,
na sigla em inglês), que acompanha a tempestade. Os especialistas
acrescentaram que "esta é a primeira [e mais forte] tempestade com força
de furacão" a atingir a região. Ciclones dessa magnitude são raros no
local, e não há registros de dois em tão curto espaço de tempo.
Kenneth
resultará, nos próximos dez dias, no dobro de chuvas das que foram
originadas pelo ciclone Idai, segundo o porta-voz do Programa Mundial de
Alimentos da ONU (PMA), Herve Verhoosel. "Estima-se registrar até 600
milímetros de chuvas, o dobro do mesmo período após a passagem do
ciclone Idai, no mês passado", disse Verhoosel.
Informações
preliminares indicaram ao menos uma pessoa morta na cidade de Pemba, no
norte de Moçambique, devido à queda de um coqueiro pelos fortes ventos. O
relato de uma segunda vítima, também na província de Cabo Delgado, não
foi confirmado. A falta de energia e dificuldades na comunicação tem
dificultado a análise da situação.
Relatos locais apontam para
elevados estragos na região, com casas precárias destruídas, levadas
pelo vento forte e chuva intensa, e com famílias ao relento no
arquipélago das Quirimbas, especialmente na Ilha do Ibo, e ainda nos
distritos continentais de Quissanga, Mucojo, junto à costa, e Macomia,
um pouco mais para o interior do país.
As Nações Unidas alertaram
que, embora o ciclone tenha perdido intensidade, ele continua provocando
fortes chuvas, e persiste elevado risco de enchentes e deslizamentos de
terra no extremo norte de Moçambique.
"O ciclone Kenneth pode
exigir grande operação humanitária paralelamente à resposta em curso ao
ciclone Idai", afirmou o Escritório das Nações Unidas para os Assuntos
Humanitários (Ocha).
Autoridades alertaram que vários rios, bem
como cursos de águas costeiras, podem transbordar e colocar centenas de
milhares de pessoas em risco. A diretora do Instituto Nacional de Gestão
de Desastres de Moçambique (INGC), Augusta Maita, afirmou que as ordens
de evacuação estavam em vigor na província de Cabo Delgado.
"Todas
as medidas serão implementadas para salvar vidas", disse Maita. "Vamos
garantir que as pessoas sejam retiradas, mesmo que isso signifique uma
evacuação forçada. Temos mais de 36 mil famílias em áreas de risco."
O
ciclone Kenneth atingiu a cidade portuária de Pemba, mais ao norte de
onde o ciclone Idai atingira Moçambique no início de março. No entanto,
autoridades alertaram que os danos causados pelas duas tempestades podem
ter impacto cumulativo.
"Estamos especialmente preocupados com o
possível impacto do ciclone Kenneth em Moçambique, onde as comunidades
ainda estão se recuperando da devastação do Idai", disse Fatoumata
Nafo-Traore, diretor regional para a Federação Internacional das
Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho.
Em março, o Idai atingiu Moçambique perto da cidade da Beira, na
província de Sofala, e causou centenas de mortes – números oficiais
indicam mais de 600, mas estimativas superam as mil vítimas – e deslocou
milhares de pessoas. As inundações também levaram a surtos de cólera. O
ciclone Idai também atingiu Madagascar, Malawi e Zimbábue. No total, a
tempestade matou mais de mil pessoas e afetou mais de 3 milhões.
Notícias ao Minuto com informações da Agência Brasil
Notícias ao Minuto com informações da Agência Brasil
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