Dupla abre fogo contra alunos na manhã desta quarta-feira e pelo menos 10 morrem em escola de São Paulo
Segundo a Polícia Militar, cinco alunos e um funcionário foram
mortos no atentado e outras duas pessoas morreram após serem levadas ao
hospital. Os dois atiradores se mataram.
Os disparos foram feitos
por volta das 9h30, quando dois homens encapuzados, que aparentam ter
entre 20 e 25 anos e ainda não tiveram a identidade divulgada, atiraram
contra os alunos e, em seguida, se mataram na escola Professor Raul
Brasil, próxima ao centro da cidade.
Há ao menos outras nove
pessoas feridas, duas em estado grave, de acordo com o Corpo de
Bombeiros.Segundo o coronel Marcelo Salles, comandante da Polícia
Militar, os atiradores também dispararam em um proprietário de um
lava-jato próximo à escola antes de entrar lá -ele está sendo operado
num hospital da região. A dupla levava um revólver calibre 38, uma besta
e artefatos explosivos.
A
escola oferece ensino fundamental e médio e um centro de estudos de
língua, para estudantes de 11 a 18 anos. Mas, no momento do ataque,
havia apenas adolescentes do ensino médio e estudantes de línguas.
A
reportagem conversou com Juliano Simões de Santana, vizinho da Raul
Brasil. O morador disse que ouviu os disparos próximo ao intervalo das
aulas do período matutino.
"Moro ao lado, ouvi um tumulto e fui
para lá. Cheguei e vi várias crianças saindo correndo ensanguentadas. Um
desespero, professor, funcionário, todos correndo", afirmou.
Pouco
depois de participar de coletiva de imprensa sobre as enchentes no
estado, o governador João Doria (PSDB) cancelou sua agenda para o resto
do dia e decidiu ir para Suzano para acompanhar de perto o ocorrido.
"Estou
muito impactado com o que eu vi aqui nesta escola, é uma cena muito
triste. A mais triste que vi em toda minha vida. São adolescentes que
foram brutalmente assassinados. Aos pais de vítimas e aos feridos, nossa
solidariedade", afirmou o governador, que pediu à secretaria de Saúde
garantia de apoio psicológico aos atingidos.
Além
do comandante da PM, o general João Camilo de Campos, secretário de
Segurança Pública, e Rossieli Soares, secretário de Educação, acompanham
o governador no local.
Foram acionadas seis unidades de resgate
dos Corpo de Bombeiros, três do Samu, dois de suporte avançado e dois
helicópteros águia. A PM também enviou uma equipe do Gate para apurar os
artefatos parecidos com bombas.
A polícia isolou a rua que dá
acesso à escola. Só a perícia e carros de resgate passam no local. Um
gabinete de crise será montado na quadra da instituição de ensino para
concentrar as informações sobre o ataque.
OUTROS CASOS
Já
houve no país ao menos outros sete casos similares ao de Suzano com
atiradores (alunos ou não) dentro de escolas abrindo fogo contra
estudantes e outras pessoas.
Em Salvador, um jovem de 17 anos
matou duas colegas dentro da sala do colégio particular Sigma e foi
preso em flagrante. À época, em 2002, a delegada encarregada do caso
afirmou que o revólver calibre.38 utilizado pelo garoto pertencia ao
pai, que era perito policial.
Em
janeiro de 2003, em Taiúva (a 363 km de São Paulo), Edmar Aparecido
Freitas, 18, ex-aluno da escola estadual Coronel Benedito Ortiz, invadiu
o pátio da instituição, atirou em alunos, professores e funcionários e
depois se matou.
Em abril de 2011, em Realengo (zona oeste do
Rio), doze adolescentes -dez meninas e dois meninos- morreram no
massacre da escola municipal Tasso da Silveira. Eles foram vítimas de
Wellington Menezes de Oliveira, 23, que atirou contra as vítimas na sala
de aula.
No mesmo mês, um adolescente de 14 anos que se disse
vítima de bullying matou um colega com golpes de faca no interior do
Piauí. O caso ocorreu na zona rural da cidade de Corrente, no extremo
sul do Estado.
Também em 2011, mas em setembro, um aluno de 10
anos de idade que estava no 4º ano atirou na professora Rosileide
Queiros de Oliveira, 38, e depois se matou na escola Professora Alcina
Dantas Feijão, em São Caetano do Sul (Grande São Paulo).
Em abril
de 2012, um adolescente de 16 anos atirou em outras três alunas de
escola estadual de Santa Rita (região metropolitana de João Pessoa, na
Paraíba). O objetivo do rapaz era acertar um menino de 15 anos com quem
havia discutido duas vezes.
O último caso foi em outubro de 2017, quando um adolescente de 14
anos matou dois colegas e feriu outros quatro, em Goiânia. O jovem
utilizou uma pistola .40 da mãe, que assim como o pai é policial
militar. Segundo a Polícia Civil, na época, o adolescente foi motivado
por bullying.
Notícias ao Minuto
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