QUASE DOIS BILHÕES: Organização chefiada por Temer desviou grande quantia em propina
Em
nota, o órgão cita que as investigações apontam que a organização
praticou diversos crimes envolvendo variados órgãos públicos e empresas
estatais. “As investigações apontam que a organização criminosa praticou
diversos crimes envolvendo variados órgãos públicos e empresas
estatais, tendo sido prometido, pago ou desviado para o grupo mais de R$
1 bilhão e 800 milhões de reais”.
Os
procuradores também afirmam que as investigações são de corrupção,
peculato e lavagem de dinheiro. “Na presente investigação são apurados
crimes de corrupção, peculato e lavagem de dinheiro, em razão de
possíveis pagamentos ilícitos feitos para o grupo criminoso liderado por
Michel Temer, bem como de possíveis desvios de recursos da
Eletronuclear”, diz o documento do MPF.
Os pedidos dos desvios,
dizem os investigadores, eram feitos por José Antunes Sobrinho, dono da
empresa Engevix Engenharia. O empresário fez uma delação premiada, em
que revelou os esquemas praticados na usina Angra 3.
“Após
celebração de acordo de colaboração premiada com um dos envolvidos e o
aprofundamento das investigações, foi identificado sofisticado esquema
criminoso para pagamento de propina na contratação das empresas
Argeplan, AF Consult Ltd e Engevix para a execução do contrato de
projeto de engenharia eletromecânico 01, da usina nuclear de Angra 3”,
afirma a nota do MPF.
Segundo
os procuradores, as investigações também apontaram que o alegado grupo
criminoso procurou atuar para atrapalhar as investigações por meio de
ações de contrainteligência, de versões combinadas entre suspeitos e de
documentos forjados para despistar os investigadores.
Nomeada de Radioatividade, a operação prendeu o ex-presidente da República Michel Temer,
em São Paulo, e o ex-ministro Moreira Franco, no Rio de Janeiro. A PF
cumpre mandados contra mais seis pessoas, entre elas empresários e o
coronel João Batista Lima Filho, amigo de Temer.
Leia a nota do Ministério Público Federal na íntegra
“A
pedido da Força-Tarefa da Lava Jato do Rio de Janeiro, a Justiça
Federal determinou a prisão preventiva do ex-presidente da República
Michel Temer, de João Baptista Lima Filho (Coronel Lima), do ex-ministro
de Minas e Energia, Moreira Franco, Maria Rita Fratezi, Carlos Alberto
Costa, Carlos Alberto Costa Filho, Vanderlei de Natale e Carlos Alberto
Montenegro Gallo, e a prisão temporária de Rodrigo Castro Alves Neves e
Carlos Jorge Zimmermann. Foi determinada, ainda, a realização de busca e
apreensão nos endereços desses investigados, assim como de Maristela
Temer, Othon Luiz Pinheiro da Silva, Ana Cristina da Silva Toniolo e
Nara de Deus Vieira. Também foram realizadas buscas nas empresas
vinculadas aos investigados.
Na operação
Radioatividade foi identificada organização criminosa que atuou na
construção da usina nuclear de Angra 3, praticando crimes de cartel,
corrupção ativa e passiva, lavagem de capitais e fraudes à licitação.
Nos processos relacionados à mencionada operação houve a condenação de,
dentre outros, Othon Luiz Pinheiro da Silva, Ana Cristina da Silva
Toniolo e José Antunes Sobrinho, por diversos fatos, inclusive lavagem
de dinheiro em razão de repasses embasados em contratos fictícios da
Engevix Engenharia e Link Projetos.
Na
presente investigação são apurados crimes de corrupção, peculato e
lavagem de dinheiro, em razão de possíveis pagamentos ilícitos feitos
por determinação de José Antunes Sobrinho para o grupo criminoso
liderado por Michel Temer, bem como de possíveis desvios de recursos da
Eletronuclear para empresas indicadas pelo referido grupo.
Fonte: Exame - Publicado por: Larissa Freitas
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