Paulo Guedes desiste de ir a audiência na Câmara dos Deputados sobre reforma da Previdência
Ele foi convidado a participar de uma reunião da Comissão de Constituição e Justiça, primeira etapa para aprovar proposta
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THIAGO RESENDE, MARIANA
CARNEIRO, ANGELA BOLDRINI E DANIEL CARVALHO - BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) -
O ministro Paulo Guedes (Economia) não deve ir ao Congresso nesta
terça-feira (26) para defender a reforma da Previdência.
Ele foi convidado a participar de uma reunião da CCJ (Comissão
de Constituição e Justiça) da Câmara, primeira etapa para aprovar a
proposta.
Descontentes
com o governo, líderes de partidos independentes ao presidente Jair
Bolsonaro articulavam um boicote ao debate com o ministro.
"É melhor nem vir mesmo. Já tínhamos sugerido isso na semana passada", disse à reportagem o líder do PP, Arthur Lira (AL).
Outras lideranças, como o PSDB e PR, também comemoraram, nos bastidores, o cancelamento da participação de Guedes.
Essas
siglas, que não fazem parte da base de apoio ao governo, reclamam da
falta de articulação política e diálogo entre o Congresso e o Palácio do
Planalto.
O secretário especial de Previdência e Trabalho do
Ministério da Economia, Rogério Marinho, deve substituir o ministro na
reunião da CCJ.
Sem Guedes, o encontro poderá até mesmo ser cancelado.
O
líder da oposição na Câmara, Alessandro Molon (PSB-RJ), afirmou que o
objetivo era escutar do ministro os argumentos para se aprovar a PEC
(Proposta de Emenda à Constituição) que endurece as regras de
aposentadoria.
Molon havia apresentado um requerimento para
convocar Guedes. Aliados do governo conseguiram que fosse aprovado
apenas um convite ao ministro da Economia, ou seja, ele não é obrigado a
participar da audiência.
Mas Molon agora quer cancelar a reunião da CCJ prevista para a tarde desta terça. "Se ele não vem, não tem sessão."
Guedes foi orientado pela equipe política do governo a esperar pela indicação do relator na CCJ.
Os auxiliares do presidente acreditam que, sem isso, não há clima para as explicações do ministro.
Diante
da insurreição de líderes contra o Palácio do Planalto, a reforma da
Previdência e o próprio ministro poderiam ser alvo de muitas críticas.
Por
isso, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu, a
aliados, que Guedes não participasse do debate na Comissão de
Constituição e Justiça.
A ideia é adiar a participação de Guedes para a semana que vem, quando acreditam que haverá um relator indicado.
O presidente da CCJ está em deslocamento para Brasília e Guedes em encontro com governadores.
Deputados aguardam a ida de Guedes à CCJ para que o relator seja indicado.
Líderes de partidos irritados com o governo devem realizar nesta
terça um ato público na Câmara para declarar posição contrária a pontos
da PEC, como as mudanças no BPC (benefício pago a idosos carentes) e na
aposentadoria rural.
Notícias ao Minuto
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