Governo federal vai liberar R$ 700 milhões para o programa Minha Casa Minha Vida
Os financiamentos do MCMV são feitos com recursos do FGTS
 
© Reuters
Depois da pressão de 
prefeitos e parlamentares insatisfeitos com a paralisia quase completa 
do Minha Casa Minha Vida (MCMV) nos dois primeiros meses do ano, o 
ministro da Economia, Paulo Guedes, decidiu liberar R$ 700 milhões para 
pagar parcelas vencidas às construtoras que participam do programa 
habitacional. A informação foi antecipada pela colunista Sonia Racy. 
Além de pagar as parcelas atrasadas, os recursos também devem garantir o
 fluxo de despesas pelo menos até o fim de março.
Os financiamentos do MCMV são feitos com recursos do FGTS. 
Para as faixas de renda mais baixa, porém, há um subsídio com recursos 
do Tesouro Nacional. E é nesse repasse que está o problema. Como o 
governo decidiu fazer um forte controle dos gastos no início do ano, 
isso acabou afetando os financiamentos.
Segundo
 dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), as 
contratações de unidades do programa recuaram de 78 mil em janeiro do 
ano passado para 14 mil em janeiro deste ano. Sem dinheiro para 
continuarem os empreendimentos, pequenas companhias chegaram a 
desmobilizar canteiros. A estimativa do setor é que entre 20 mil e 30 
mil funcionários ligados a essas obras teriam sido dispensados no 
bimestre.
A promessa de liberação dos recursos foi vista com 
alívio pelo presidente da CBIC, José Carlos Martins. "Acredito que a 
situação voltará ao normal a partir de abril. Isso é fundamental, porque
 o PIB da construção caiu 2,5% em 2018 e acumula uma retração de 27,7% 
nos últimos cinco anos", disse. Segundo Martins, o MCMV representa cerca
 de dois terços do mercado residencial no País.
A decisão de 
liberar os recursos foi tomada nesta semana, após reunião de Guedes no 
Palácio do Planalto com o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, e o 
ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto - responsável pelo 
programa. O Estadão/Broadcast apurou que foi feito um apelo para que a 
equipe econômica abrisse uma exceção na contenção de gastos e acelerasse
 a liberação de recursos para o programa, para compensar os atrasos do 
começo do ano.
Orçamento
Procurado pela 
reportagem, o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) admitiu, em 
nota, que a programação orçamentária e financeira do governo federal 
estava com limites mensais insuficientes às necessidades de pagamento do
 programa para janeiro e fevereiro.
"Para compensar os desembolsos
 desses dois meses e regularizar os repasses a partir de março, o MDR 
solicitou ao Ministério da Economia a antecipação de limites de 
pagamento da pasta", informou o ministério.
Ainda
 segundo o MDR, o Ministério da Economia vai publicar uma portaria nos 
próximos dias elevando a capacidade de pagamento da pasta em R$ 450 
milhões em março. Com isso, o volume disponível até o final do mês será 
de R$ 700 milhões - já que R$ 250 milhões já estavam na programação. 
"Para garantir a execução do programa no decorrer do ano, a União, por 
meio da Junta de Execução Orçamentária (JEO), discutirá neste mês o 
cronograma de desembolsos", completou a nota do ministério.
Os 
recursos previstos no Orçamento de 2019 para o programa habitacional 
somam apenas R$ 4,6 bilhões, o menor volume desde que o Minha Casa Minha
 Vida foi criado, em 2009. Durante a transição de governo, a equipe do 
presidente Jair Bolsonaro chegou a cogitar trocar o nome do programa 
para Casa Brasileira, desvinculando-o das gestões petistas.
Economia ao minuto com informações do jornal O Estado de S. Paulo
 
Nenhum comentário:
Postar um comentário