Marcelo Bretas diz que prisão do ex-presidente Michel Temer é para evitar destruição de provas
Segundo decisão, há 'risco efetivo que os requeridos em liberdade possam criar à garantia da ordem pública'
© Fernando Frazão/Agência Brasil
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O juiz Marcelo Bretas justificou a prisão preventiva do ex-presidente Michel Temer
 com quatro figuras que constam do Código de Processo Penal: para evitar
 a destruição de provas, garantir a ordem pública, por conveniência da 
instrução do processo penal e garantir a aplicação da lei.
Segundo a decisão, há "risco efetivo que os requeridos em 
liberdade possam criar à garantia da ordem pública, da conveniência da 
instrução criminal e à aplicação de lei penal (artigo 312) do Código de 
Processo Penal".
Um dos principais indícios de destruição de 
provas apontados pelo juiz foi encontrada na sede da Argeplan em São 
Paulo, durante uma busca realizada pela Operação Patmos em maio de 2017.
Segundo
 a Polícia Federal, os empregados eram orientados a não deixar nada nos 
escritórios e as imagens captadas pelo sistema de segurança eram 
apagadas diariamente.
"Esse fato parece indicar que os 
investigados estão agindo para ocultar ou destruir provas de condutas 
ilícitas, o que reforça a contemporaneidade dos fatos, bem como a 
necessidade de medida mais gravosa", escreveu Bretas.
No
 quesito da garantia da ordem pública, o juiz afirma que o Supremo 
Tribunal Federal já tem jurisprudência sobre a justeza da prisão com "o 
objetivo de impedir a reiteração das práticas criminosas, desde que 
lastreado em elementos concretos expostos fundamentalmente".
O 
juiz aponta ainda que a gravidade do crime e a posição que Temer ocupou 
como vice-presidente e presidente justificam a prisão: "Considero que a 
gravidade da prática criminosa de alto padrão social, mormente políticos
 nos mais altos cargos da República, que tentam burlar os trâmites 
legais, não poderá jamais ser tratada como o mesmo rigor dirigido à 
prática criminosa comum".
Bretas
 frisa ainda que, tão importante quanto investigar a organização 
criminosa da qual Temer é acusado de integrar, é acabar com a atividade 
ilícita e recuperar o dinheiro supostamente desviado.
"Nesse 
sentido, deve-se ter em mente que, no atual estágio da modernidade em 
que vivemos, uma simples ligação telefônica ou uma mensagem instantânea 
pela internet são suficientes para permitir a ocultação de grandes somas
 de dinheiro, como parece ter sido o caso".
Temer foi preso nesta 
quinta-feira (21) em São Paulo de forma preventiva, ou seja, por prazo 
indeterminado. A detenção tem relação com delação de executivo da 
empreiteira Engevix, que envolveria propina para campanha eleitoral do 
emedebista.
A instrumentalização do pagamento da propina da Engevix, segundo o 
Ministério Público Federal, contou com a participação do ex-ministro 
Moreira Franco, que também foi preso de forma preventiva nesta 
quinta-feira.
Notícias ao Minuto
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