Ministério Público Federal acusa Temer e Moreira Franco de corrupção em obras de Angra 3
Na investigação, são apurados crimes de corrupção, peculato e lavagem de dinheiro
© REUTERS / Adriano Machado (Foto de arquivo)
O ex-presidente Michel Temer e o ex-ministro de Minas e Energia Wellington Moreira Franco, alvos de mandados de prisão
nesta quinta-feira (21), são acusados de receber propina de obras
relacionadas à Usina Nuclear Angra 3, no Rio de Janeiro. As prisões
preventivas foram pedidas pelo Ministério Público Federal e determinadas
pelo juiz da 7ª Vara Federal Criminal, Marcelo Bretas, no âmbito das
operações Radiotiatividade, Pripryat e Irmandade, desdobramentos da Lava
Jato e que investigam os pagamentos ilegais a políticos durante a
construção da usina nuclear.
A Justiça Federal também determinou as prisões preventivas de
João Baptista de Lima Filho (conhecido como coronel Lima, amigo do
ex-presidente); da esposa do coronel, Maria Rita Fratezi; do almirante
Othon Luiz Pinheiro da Silva, ex-presidente da Eletronuclear; da filha
de Othon, Ana Cristina da Silva Toniolo; de Carlos Alberto Costa; de
Carlos Alberto Costa Filho; de Carlos Alberto Montenegro Gallo; e de
Vanderlei de Natale. Também foram determinadas as prisões temporárias de
Rodrigo Castro Alves Neves e Carlos Jorge Zimmermann.
Na
investigação, são apurados crimes de corrupção, peculato e lavagem de
dinheiro, em razão de possíveis pagamentos ilícitos feitos por
determinação do empresário José Antunes Sobrinho, da empresa de
engenharia Engevix, para o grupo criminoso, supostamente liderado por
Michel Temer, bem como de possíveis desvios de recursos da Eletronuclear
para empresas indicadas pelo referido grupo.
De
acordo com o MPF, foi identificado sofisticado esquema criminoso para
pagamento de propina na contratação das empresas Argeplan, AF Consult
Ltd e Engevix para a execução do contrato de projeto de engenharia
eletromecânico 01, de Angra 3.
A Eletronuclear contratou a empresa
AF Consult Ltd, que se associou às empresas AF Consult do Brasil (que
tem a participação da Argeplan) e Engevix. A Argeplan seria ligada a
Michel Temer e ao coronel Lima, de acordo com o MPF.
Como a AF
Consult do Brasil e a Argeplan não tinham pessoal e expertise
suficientes para a realização dos serviços, houve a subcontratação da
Engevix. Conforme apurado pelo MPF, coronel Lima solicitou ao sócio da
empresa Engevix o pagamento de propina, em benefício de Michel Temer, no
valor de R$ 1,09 milhão, que foi paga no final de 2014.
O
pagamento foi feito da empresa Alumi Publicidades para a empresa PDA
Projeto e Direção Arquitetônica, controlada por coronel Lima, através da
simulação de contratos de prestação de serviços da empresa PDA para a
empresa Alumi. Segundo o MPF, o empresário que pagou a propina
afirma ter prestado contas de tal pagamento para o coronel Lima e
Moreira Franco.
Os
pagamentos feitos à empresa AF Consult do Brasil, segundo a MPF,
resultaram no desvio de R$ 10,86 milhões, já que a referida empresa não
tinha capacidade técnica, nem pessoal para a prestação dos serviços para
os quais foi contratada.
Moreira Franco é acusado de “interceder e
influenciar na contratação” das empresas envolvidas no esquema. Além
dele, conforme o MPF, também participaram da “viabilização de
empreitadas criminosas" Carlos Alberto Costa, Carlo Aberto Costa Filho, o
ex-almirante Othon Luiz Pinheiro, Ana Cristina, Maria Rita Fratezi e
Carlos Alberto Gallo. Eles eram sócios das empresas utilizadas na
arrecadação de “vantagens indevidas”.
Notícias ao Minuto com informações da Agência
Brasil
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