quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

Denúncia de 'laranjas' no PSL riscam principal vitrine do governo Bolsomaro

Para conter crise, presidente Jair Bolsonaro esperava que Gustavo Bebianno pedisse demissão

Chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni atribui problema envolvendo o ministro da Secretaria-Geral a pouco tempo de governo


Para conter crise, Bolsonaro esperava que Bebianno pedisse demissão
Carlos escreveu que Bebianno mentiu ao dizer que falou três vezes com o presidente, Jair Bolsonaro, na terça-feira (12), expondo o desgaste do auxiliar presidencial com a família Bolsonaro.
Bebianno está no centro de uma crise envolvendo suspeitas de corrupção no partido do presidente, do PSL. Reportagens da Folha de S.Paulo mostraram que o PSL repassou valores relevantes a candidatos laranjas nos últimos dias de campanha. Bebianno teria ordenado os repasses, inclusive para uma ex-assessora, que recebeu R$ 250 mil.
As denúncias riscam a principal vitrine do governo Bolsonaro, que se elegeu com a promessa de combater a corrupção na política e de acabar com práticas criminosas cometidas por partidos rivais no passado, como o financiamento ilegal de campanha feito pelo PT e partidos aliados revelado pela operação Lava Jato.
Ao ser questionado sobre a sustentabilidade do ministro Bebianno no cargo após as denúncias e o choque com a família presidencial, Onyx afirmou que "ajustes nas relações são normais".
"Temos 40 dias de governo, o presidente ficou quase 20 hospitalizado, temos que ter paciência, temos que ir com calma", afirmou. "O ministro Bebianno é uma pessoa super dedicada ao projeto, é um homem sério, responsável, correto, essas coisas são naturais num processo que está iniciando."
Onyx disse ainda que "não vai criar onda onde não tem razão para ter" e evitou falar das denúncias contra Bebianno.
"É como um time de futebol, nem sempre o lateral se acerta bem com o ponteiro, às vezes o cara da meia cancha demora a ligar com o atacante, que está sempre em impedimento. Tem que ajustar as coisas, isso vai se ajustar, ninguém vai criar uma onda onde não tem razão para ter."
No entanto, de acordo com a Folha de S. Paulo, não é bem esse o pensamento do presidente Jair Bolsonaro, que teria endossado integralmente o ataque do filho ao ministro. Durante viagem entre São Paulo e Brasília, inclusive, chegou a enviar a postagem de Carlos Bolsonaro a aliados, por meio do WhatsApp.
Para integrantes do governo, a tática explicitou novamente uma grande fragilidade do presidente. Como diz um deputado aliado, se o presidente estava contrariado com Bebianno, que exercesse sua autoridade e o enquadrasse ou demitisse. Por outro lado, ainda segundo o jornal, ele pondera que Bolsonaro não gostaria de humilhar publicamente o ministro, um aliado leal e que, como presidente interino do PSL comandou sua campanha com acesso a todo tipo de informação confidencial e estratégica.
Já a ala militar do governo, conforme um integrante desse núcleo, considera inaceitável que um presidente lide com uma grave crise política por meio de vazamento de áudios em rede social.
Segundo a Folha apurou, Bolsonaro esperava que o ministro pedisse demissão já no começo desta quarta (13), para que ele voltasse à capitão federal com um trunfo para conter os impactos do caso.
Política ao Minuto

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