Número de mortos em Brumadinho sobe para 166; desaparecidos seguem 155
Entre os óbitos, 160 foram identificados e seis permanecem sem identificação
© REUTERS
A Defesa Civil de Minas
Gerais atualizou o número de mortos na tragédia em Brumadinho para 166,
nesta quarta-feira (13). Na terça, mais um corpo foi resgatado pelas
equipes dos bombeiros. A vítima estava dentro da área próxima à mina do
Córrego do Feijão.
O número de óbitos foi a única atualização na lista do órgão.
Desde segunda-feira, o número de desaparecidos segue em 155 pessoas - 37
seriam funcionários da Vale, enquanto 118 são pessoas da comunidade ou
funcionários de empresas terceirizadas. Entre os óbitos, 160 foram
identificados e seis permanecem sem identificação.
Há
ainda a possibilidade de haver nomes duplicados na lista de
desaparecidos. Segundo a assessoria da Vale, como os nomes são inseridos
de acordo com informações que chegam por via de uma linha telefônica
aberta ao público, a lista seria "viva" e é modificada de acordo com
novas atualizações.
Considerando que podem haver pessoas com
nomes semelhantes ou nomes passados com grafia diferente por diferentes
fontes, a empresa tem preferido manter todos na lista até ter
confirmação.
Os bombeiros seguiram com sete frentes de busca,
nesta quarta. Quatro delas acima e três abaixo da chamada linha do
pontilhão, uma das estruturas atingida que fica no meio do caminho entre
o local da barragem e o rio Paraopeba e que vem sendo usada como
referência.
Os trabalhos seguem até por volta das 21h, segundo o porta-voz da corporação, Tenente Pedro Ahiara.
Ainda
na manhã de quarta, um grupo de cerca de 30 moradores de Brumadinho
realizaram uma manifestação reivindicando a liberação de uma via que
passa por dentro da área da Vale. A estrada daria acesso à área rural do
município e a várias comunidades, como o Córrego do Feijão e Parque das
Cachoeiras, de acordo com a Defesa Civil.
A estrada que era
utilizada antes foi interditada pela lama. A demanda dos moradores, que
estariam levando um tempo maior para fazer percorrer o trajeto, foi
encaminhada à empresa, que terá 24 horas para se manifestar, já que a
via está dentro de propriedade particular.
O prazo da Vale para
entregar uma lista de empresas que poderiam realizar auditoria
comprovando estabilidade de outras barragens, que não tenham ligação
anterior com a mineradora, terminaria nesta quarta.
A documentação
foi uma solicitação do Ministério Público de Minas Gerais. Porém, como a
própria Vale e o MP fizeram manifestações dentro do processo, o juiz
estendeu o prazo para despacho até sexta-feira, segundo o Tribunal de
Justiça do estado. A data ainda pode sofrer alterações. O processo
corria em segredo de justiça até a semana passada.
Segundo a Vale,
laudos de estabilidade das barragens já foram apresentados à Justiça
dentro do prazo, falta a lista de empresas.
O Ministério Público
pediu que seja estabelecida multa por dia de descumprimento da decisão
judicial que saiu no dia 1º de fevereiro, mas ainda não há decisão a
respeito. O órgão também avalia ajuizar ação de execução para que a
sentença seja cumprida.
Uma nova audiência de conciliação com a
Vale, para definir medidas emergenciais e reparadoras de acordo com
termo de ajuste preliminar, está marcada para a tarde de
quinta-feira. Na primeira audiência, a mineradora alegou que não tomou
conhecimento do termo em tempo hábil para apresentar as medidas.
No dia 7 de fevereiro, a Justiça determinou pagamento de R$ 13.447.891,50 para ressarcir gastos do Estado com serviços emergenciais após a tragédia. O valor foi retirado do montante de R$ 1 bilhão da empresa que já haviam sido bloqueados.
No dia 7 de fevereiro, a Justiça determinou pagamento de R$ 13.447.891,50 para ressarcir gastos do Estado com serviços emergenciais após a tragédia. O valor foi retirado do montante de R$ 1 bilhão da empresa que já haviam sido bloqueados.
Brasil ao Minuto com informações da Folhapress
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