Bic Brasil aguarda a volta às aulas para faturar com o 'garoto-propaganda' Jair Bolsonaro
Ao
alardear que está usando canetas Bic para assinar seus documentos, o
presidente Jair Bolsonaro (PSL) se associou a um produto que é simples,
democrático, acessível e confiável – atributos que a fabricante diz ter
identificado em pesquisas com consumidores.
Para
a marca de canetas de origem francesa, por outro lado, a associação à
imagem do presidente brasileiro ainda não se traduziu em alta nas
vendas.
“Acho que é um pouquinho cedo
para falar disso porque o momento mais importante de vendas, que é a
volta às aulas, vem nas próximas semanas. Aí vamos ver se houve algum
impacto. Até hoje não teve”, diz Olivier De Bruyn, diretor-geral da Bic
Brasil.
Com
mais de 320 milhões de canetas como as de Bolsonaro comercializadas por
ano, o Brasil é o segundo maior mercado da Bic no mundo, que ao todo
movimenta cerca de 2 bilhões delas por ano.
A
empresa chegou ao Brasil em 1956 e tem seu parque industrial em Manaus
desde 1973, única instalação do grupo que produz ao mesmo tempo as três
categorias de produtos da Bic (linhas de isqueiros, barbeadores e
papelaria).
A fábrica abastece os mercados brasileiro e sul-americano, além de exportar para Europa e Estados Unidos.
Ao
longo de sua história no país, a marca se adaptou profundamente à
cultura brasileira, segundo De Bruyn, a ponto de se tornar “sinônimo de
categoria”, ou seja, o nome Bic substitui a palavra caneta na cabeça do
consumidor.
“Só em dois países isso
aconteceu, na França, que é o país de origem, e na Bélgica, que é muito
próxima da cultura francesa”, diz o executivo.
Bolsonaro
foi aclamado nas redes sociais quando assinou o termo de posse de seus
ministros, embora o modelo usado não tenha sido uma legítima Bic, mas a
concorrente Compactor.
Aproveitando a popularidade do garoto-propaganda, a fabricante rapidamente se posicionou nas redes sociais.
“Uma
honra ver nossa marca ajudando a escrever um capítulo tão importante na
história do país”, publicou a Compactor na internet.
Bolsonaro, então, agradeceu de volta pela “ótima qualidade e preço da caneta”.
Apesar
de não capitalizar impulso nas vendas, Rodrigo Iasi, diretor de
marketing da Bic Brasil, diz que a empresa também gostou da citação
feita pelo presidente. “A marca transmite valores com os quais eu
acredito que o presidente queira se associar, como simplicidade,
democratização, produtos acessíveis e confiança”, diz Iasi.
Ainda
antes da posse, quando Onyx Lorenzoni, escolhido por Bolsonaro para a
Casa Civil, virou alvo de investigação aberta no STF (Supremo Tribunal
Federal) por suspeita de caixa dois, Bolsonaro recorreu à caneta para
transmitir lisura, sugerindo que poderia demitir o ministro.
“Havendo
qualquer comprovação, obviamente, ou denúncia robusta contra quem quer
que seja do meu governo que esteja ao alcance da minha Bic, ela será
usada”, disse o presidente na ocasião.
CRONOLOGIA DE UMA CANETA
CRONOLOGIA DE UMA CANETA
1944
Marcel Bich e o sócio Édouard Buffard compram fábrica em Clichy, França, para produzir componentes de instrumentos de escrita
1950
Marcel Bich lança a caneta com a marca Bic adaptando a esferográfica inventada pelo húngaro László Biró
1956
Chega ao Brasil
1970
Lança a Bic 4 Cores
1972
Passa a ser cotada na Bolsa de Paris
1973
Lança linha de isqueiros
1975
Lança sua lâmina de barbear
2001
A
caneta Bic Cristal entra na coleção do departamento de arquitetura e
design do MoMA, em Nova York.
Fonte: Noticias ao minuto - Publicado por: Suedna Lima - Com informações da Folhapress.
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