Justiça se irrita e pode proibir pastores evangélicos de pedirem dinheiro em redes aberta de TV
Edir Macedo, Silas Malafaia, Valdemiro Santiago e companhia podem perder a principal fonte de renda
de suas igrejas evangélicas: a televisão. De acordo com uma reportagem
assinada recentemente pelo jornalista Daniel Castro, do ‘Notícias da TV’, o
procurador da República Sérgio Suiama decidiu abrir uma investigação
sobre os horários que são alugados em redes abertas de televisão,
especialmente na cidade de São Paulo, como a TV Record, Bandeirantes, TV
Gazeta e RedeTV!. O Ministério Público Federal quer saber agora como
funciona a compra desses
espaços, se como programação nos canais ou pura publicidade. A
investigação acontece depois que a Agência Nacional de Cinema, a Ancine,
disse que os cultos religiosos ocupam mais tempo que os telejornais.
O inquérito é baseado na própria
Constituição brasileira, que proíbe que horários sejam alugados,
entendendo que a concessão de televisão é um serviço público. Na pior
das hipóteses, a investigação pode fazer com que os pastores percam
esses espaços na TV e sejam proibidos de pedir a tão necessária oferta
para a sobrevivência da igreja. Além disso, a lei também garante que as
emissoras de TV aberta não pode ficar mais de 25% de seu tempo total
fazendo publicidade.
Oficialmente, nenhuma das emissoras
citadas confessa que vendem seus horários para as igrejas. Elas chama
esses espaços de “coproduções”. Dessa forma, elas tentam se manter na
legalidade. Mas na prática não é bem uma coprodução que vai ao ar. A
própria Globo, por exemplo, exibe um único programa religioso, a ‘Santa
Missa’ aos domingos. A atração é a mais antiga do canal e ao longo dos
anos foi colocada cada vez mais cedo.
No entanto, além de esconder a missa na programação, a Globo realmente transmite o evento ao vivo com sua equipe.
E não recebe nada por isso. Pelo contrário, oferece à igreja católica
espaço para anunciar publicidade religiosa, como eventos importantes da
igreja.O fato de religiões abarcarem as programações dos canais abertos e
fechados acaba prejudicando o próprio telespectador.
Fonte: Jornal do País
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