Cinema: “As Aventuras de Tintim” festeja noventa anos e vai ganhar novo filme
Imagem do primeiro filme de Tintim, dirigido por Spielberg e produzido por Jackson |
A
informação sobre um segundo episódio para o cinema de “As Aventuras de
Tintim” foi divulgada pelo diretor da editora Casterman, Benoît
Mouchart, à rádio Franceinfo. No próximo longa, os cineastas vão trocar
de posições: Jackson, que produziu o primeiro, vai ser o diretor. Já
Spielberg, da direção, passa para a produção.
Em uma entrevista ao
site americano Polygon no final do ano passado, Peter Jackson explicou
que, depois de ter trabalhado no roteiro adaptado de “Templo do Sol”,
ele queria finalmente ter a liberdade de escolha no meio da “variedade”
de histórias de Tintim.
O jovem repórter apareceu pela primeira
vez em “Tintim no país dos soviéticos”, publicado no dia 10 de janeiro
de 1929, no jornal católico belga “Le Petit Vingtième”. Ele é sempre
acompanhado pelo fiel cachorrinho Milu. Mais tarde, outros personagens
pitorescos foram aparecendo e participando do elenco fixo, como o
Capitão Haddok.
A série, publicada semanalmente, teve muito
sucesso, e ao fim de cada história, as tiras eram reunidas em livros –
foram 23 até 2008. O personagem ganhou revista própria, Le Journal de
Tintim, e teve versões para teatro e, depois, para o cinema.
Tintim
é um dos heróis de HQ mais populares do século XX. Suas aventuras foram
traduzidas para mais de 50 línguas e seus álbuns já venderam mais de
200 milhões de exemplares no mundo todo.
Os traços são claros,
seguindo o estilo “ligne claire”, próprio de Hergé. Os enredos são bem
elaborados, com elementos de fantasia, mistério, espionagem e ficção
científica, além de muito humor.
Acusações de racismo
“Tintim
no Congo” (1931), foi uma das obras mais polêmicas da série, por causa
da maneira como os africanos eram retratados, com lábios grossos e
exagerados, além de serem ingênuos e primitivos. O álbum foi relançado
em cores em 1946, redesenhada, resumida e com alterações na ideologia
colonialista que aparecia na primeira edição. Hergé chegou a se explicar
que apenas tinha utilizado a ideologia em voga na Bélgica colonialista.
RFI
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