Livro da Fauna 2018 registra atualmente 1.173 espécies sob risco de existência
Projeto Baleia Jubarte/Petrobras |
Detentor
do maior sistema fluvial do mundo e da mais expressiva variedade de
anfíbios e primatas, o Brasil contabiliza atualmente 1.173 espécies da
fauna com sua perpetuidade sob risco. Outras 318, embora não estejam
prestes a desaparecer, também têm a existência ameaçada.
A informação está no Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção 2018,
resultado de um estudo que contou com a participação de 1.270
pesquisadores e que foi divulgado sexta-feira (25) pelo Instituto de
Conservação da Biodiversidade Chico Mendes (ICMBio).
Diferindo do
mais antigo levantamento nacional já registrado, realizado em 1968 pelo
então órgão ambiental competente, o Instituto Brasileiro de
Desenvolvimento Florestal (IBDF), o livro aborda, de forma inédita, o
risco de extinção da vida animal no Brasil, uma vez que abrange todos os
vertebrados que existem no país. Se considerada somente essa parcela,
o total de espécies chega a quase 9 mil.
Com 4.200 páginas, a
nova edição da lista oficial de animais sob risco de extinção dá
continuidade a relatórios produzidos em 2003, 2004, 2005 e 2008. Os
números vigentes revisam as listas publicadas pelo Ministério do Meio
Ambiente no final de 2014, conforme as portarias nº 444 e 445 da pasta, e
o Livro Vermelho 2008. Além disso, atualiza algumas das nomenclaturas de espécies anteriormente empregadas nesses documentos.
Ao
comparar dados do livro de 2008 com a edição mais nova, é possível
notar que 716 espécies animais do território brasileiro entraram para a
lista daquelas consideradas sob ameaça de extinção, enquanto 170
deixaram de integrá-la.
Conforme o ICMBio, ao longo de todos esses
anos, a quantidade de espécies ameaçadas só cresceu. Da lista da década
de 1960, por exemplo, constavam 44 espécies nessa condição, incluindo
mamíferos, aves e répteis, e ainda 13 da flora brasileira. Desse total,
30 ainda são hoje mencionadas, por merecer alerta.
Para a
elaboração do Livro Vermelho 2018, os pesquisadores tiveram como escopo o
exame de 12.254 táxons (unidades de classificação de seres vivos), dos
quais 226 (1,8%) foram incluídos na categoria Não Aplicável (NA) para a
avaliação, por não pertencer de fato à fauna local. “A maioria dessas
espécies é de aves, peixes marinhos ou mamíferos marinhos, muitas com
comportamento migratório, ampla distribuição fora do Brasil e ocorrendo
apenas ocasionalmente em território brasileiro”, explica a autarquia.
Outra
evidenciação importante é que a Mata Atlântica é o bioma que apresenta
maior número de espécies ameaçadas, tanto em números absolutos quanto em
proporcionais à riqueza dos biomas. Do total de espécies ameaçadas
do Brasil, 50,5% se encontram na região, sendo que 38,5%
são próprias desse bioma.
Do total de táxons ameaçados de
extinção, 1.013 (86%) são continentais – que se opõem, na divisão dos
pesquisadores, aos marinhos -, sendo que 662 ocorrem em ambientes
terrestres e 351 em água doce.
Agência Brasil
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