Ministro da Casa Civil anuncia exoneração de servidores em cargos de confiança
Ao todo, cerca de 320 funcionários comissionados serão afastados e passarão por avaliação sobre suas vinculações com as gestões petistas
© Divulgação/Governo Transição
Com o objetivo de
"despetizar" o Palácio do Planalto, o governo federal irá demitir todos
os funcionários que ocupam cargos comissionados vinculados à Casa Civil.
Segundo o ministro Onyx Lorenzoni, cerca de 320 funcionários
em cargos de confiança serão exonerados e submetidos a uma espécie de
avaliação para definir se serão recontratados para os postos.
O
objetivo, de acordo com ele, é afastar da pasta profissionais que foram
chamados para a iniciativa pública durante os governos petistas.
"É
importante para retirar da administração todos os que têm marca
ideológica clara. Sabemos do aparelhamento que foi feito nos quase 14
anos que o PT aqui ficou. É fazer a despetização do governo federal",
disse.
As demissões serão assinadas nesta quarta-feira (2) e publicadas na quinta-feira (3) no "Diário Oficial da União".
Segundo
ele, a expectativa é de que o processo de avaliação dure em torno de
duas semanas, o que fará com que as funções fiquem vagas durante o
período.
"Nós tomamos a decisão de correr o risco de ter
dificuldade. Vamos governar com aqueles que acreditam em nosso projeto e
não colocar alguém que ponha em risco o projeto aprovado nas urnas",
disse.
O ministro explicou que, na conversa com os servidores
comissionados, será perguntado se querem prosseguir em suas funções, por
que chegaram ao governo federal e como chegaram.
"Para não sair
caçando bruxa, a gente exonera e depois conversa. Nós vamos despetizar o
Brasil", afirmou, lembrando que a iniciativa foi uma promessa de
campanha eleitoral.
Segundo ele, ficarão de fora da degola os
comissionados que atuam na Imprensa Oficial e na SAJ (Subchefia para
Assuntos Jurídicos), responsáveis pela publicação do "Diário Oficial da
União".
"Na SAJ, estamos trabalhando com a equipe e já houve certo ajuste, além de haver atos para produzir", explicou.
Onyx
disse que o objetivo não é cortar os cargos. Eles serão restituídos com
os funcionários que passarem pelo teste da nova gestão e com eventuais
novas contratações.
"Não dá para ter na nossa equipe pessoas
compromissadas com cinco ou seis anos atrás", disse. "Nós somos um
governo de perfil de centro-direita e não tem fundamento ter aqui alguém
que é socialista, comunista ou qualquer dessas outras coisas",
acrescentou.
O ministro disse que irá propor que a medida seja
adotada também pelas demais pastas na primeira reunião do presidente
Jair Bolsonaro com a equipe ministerial, marcada para a manhã desta
quinta-feira (3).
Apesar da decisão de afastar os comissionados
indicados por gestões anteriores, o presidente manterá o ex-ministro da
Secretaria de Governo Carlos Marun (MDB) em função no conselho de
Itaipu.
Segundo Onyx, Bolsonaro fará um gesto de "boa vontade" com
o ex-presidente Michel Temer, que nomeou o emedebista no último dia de
sua gestão à frente do Palácio do Planalto.
"Marun é uma pessoa da confiança do Temer e Bolsonaro tomou a decisão
de manter. Não é um cargo diretivo e o presidente, em um gesto de boa
vontade, tomou a decisão de não alterar o ato", disse.
Política ao Minuto com informações
da Folhapress
Nenhum comentário:
Postar um comentário