Lula pediu R$ 30 milhões em propina de Belo Monte para Delfim Netto e Bumlai, delata Palocci
Antonio Palocci afirmou em delação
premiada que Antônio Delfim Netto recebeu R$ 4 milhões de um acerto de
R$ 15 milhões de propinas destinadas ao PT e supostamente repassados
pela construtora Andrade Gutierrez. Valores superiores a esse já foram
rastreados por investigadores.
No âmbito da Operação Buona Fortuna –
uma das fases da Lava Jato -, em nove de março de 2018, Delfim foi alvo
de buscas e apreensões. Na época, foi possível rastrear propinas em
valor superior aos R$ 4 milhões indicados por Palocci, que é o primeiro
delator do núcleo político de comando do esquema de corrupção sistêmica
dos governos do PT.
Antonio Palocci detalhou sua atuação no
acerto de R$ 135 milhões em propinas na construção da Usina Hidrelétrica
de Belo Monte – equivalente a 1% do total do contrato de R$ 13,5
bilhões. O valor dividido de forma igualitária: metade para o PT, metade
para o MDB, que na época era PMDB. Além disso, o ex-ministro envolveu
correligionários no esquema.
Lula se envolveu diretamente
Conforme a delação, o ex-presidente Lula
“se envolveu diretamente” na corrupção de Belo Monte. O petista teria
exigido que o amigo José Carlos Bumlai, pecuarista com livre acesso ao
Palácio do Planalto na gestão, e Delfim Netto recebessem “milhões” no
negócio, por terem formulado o consórcio vencedor do contrato.
Palocci disse ainda que “Lula informou
que Bumlai e Delfim Neto deveriam receber R$ 30 milhões pela formação do
consórcio alternativo”. Segundo o ex-ministro Lula estava “irritado”
porque Dilma Rousseff não havia autorizado o pagamento de propinas ao PT
pela construção de Belo Monte, já que haveria outro acerto com o PMDB.
O ex-presidente teria pedido para que
Palocci ajudasse o então tesoureiro do partido, João Vaccari Neto, a
remunerar Delfim e Bumlai, cuja presença – para o ex-ministro –
“significava que havia interesses também de Lula no recebimento dos
valores”. Palocci ainda relatou ter recebido “visita de do executivo da
Andrade Gutierrez” para tratar do assunto
Nessa reunião, Otávio Marques de
Azevedo, executivo da construtora, indagou se havia necessidade do
repasse e afirmou que “iria abater os pagamentos dos valores que eram
devidos pelas empresas do consórcio construtor ao PT e ao PMDB, ou seja,
seriam abatidos R$ 15 milhões dos valores de cada agremiação’, segundo a
delação.
De acordo com Palocci, “pela presença de
Bumlai na reunião, confirmava-se o que posteriormente Lula
confidenciou, de que também Bumlai pretendia receber parte dos 30
milhões” e que “os trabalhos de Bumlai eram feitos, muitas vezes, para a
sustentação da família de Lula”. O ex-ministro relata que R$ 15 milhões
foram quitados a Delfim e ao PT.
Fonte: colunaextra.com com informações do Estadão
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