Aeronave cai sobre casas em São Paulo nesta sexta-feira e deixa duas pessoas mortas
Outras seis vítimas foram socorridas
© Reprodução
Uma aeronave de pequeno
porte caiu na tarde desta sexta-feira (30) no bairro da Casa Verde, na
zona norte de São Paulo. Duas pessoas morreram (os dois pilotos do
avião), onze vítimas foram socorridas, quatro casas foram atingidas -
três delas foram interditadas - e sete veículos foram danificados.
A queda do avião foi numa área residencial, próxima ao
aeroporto Campo de Marte, que opera voos comerciais. O avião caiu na rua
Antonio Nascimento Moura, local próxima à avenida Braz Leme, ligação
entre o bairro de Santana e o centro de São Paulo.
Houve incêndio no local e o fogo foi controlado pelos bombeiros.
Os
dois mortos eram os únicos ocupantes da aeronave -os pilotos Leonardo
Kazuhiro Imamura, 43, e Guilherme Peixoto Murback, 26- e os feridos
tiveram lesões em solo, mas sem estado grave.
O avião havia decolado às 15h55 em direção a Jundiaí (interior de SP).
A
aeronave é um modelo monomotor Cessna 210, com capacidade para quatro
pessoas. Ele tinha certificado válido até dezembro de 2022. De prefixo
PR-JEE, o avião que caiu é privado, de propriedade de Fernando Matarazzo
e foi fabricado em 1980. Matarazzo não estava no voo, segundo a
assessoria de imprensa da HPE Autos, empresa da qual ele é dono e que
representa a Mitsubishi no Brasil.
A
zona norte de São Paulo, região onde está localizado o Campo de Marte,
tem em seu histórico o registro de ao menos outros seis acidentes graves
desde a década de 1980.
O episódio mais recente aconteceu no
final de julho de 2018, quando uma aeronave que vinha de Santa Catarina
caiu na pista do aeroporto em São Paulo, causando a morte do piloto.
Outras seis pessoas ficaram feridas.
Em 2016 um avião monomotor
caiu em cima de uma casa, na rua Frei Machado, no Jardim São Bento,
também na zona norte da capital. Os sete ocupantes da aeronave morreram,
entre eles, o ex-presidente da Vale Roger Agnelli. A aeronave estava
cheia de combustível e explodiu ao bater na casa após decolar rumo ao
Santos Dumont, no Rio.
Outra grande tragédia no aeroporto
aconteceu em novembro de 2007, quando um jato Learjet que havia acabado
de decolar em direção ao Rio perdeu altitude e caiu em cima de casas na
rua Bernardino de Sena, no bairro da Casa Verde. Estavam a bordo da
aeronave o piloto e copiloto, que morreram no local. Outras seis pessoas
que moravam na rua do acidente, entre elas um bebê, também morreram.
Um
avião Cessna caiu sobre dois carros e explodiu na avenida Santos
Dumont, na zona norte, em novembro de 1995. O motor da aeronave, que
tinha como destino Sorocaba (99 km de SP), parou de funcionar logo após a
decolagem.
O bairro Carandiru também já foi alvo de acidente
envolvendo aviões. Um bimotor de uma empresa de taxi-aéreo caiu sobre
três casas na rua Genésio Pereira em janeiro de 1984. Além dos seis
ocupantes do avião, também morreu um pedreiro que trabalhava num imóvel
na região. Outros três moradores ficaram com ferimentos graves.
O
Campo de Marte, que opera com aviação geral, executiva e escolas de
pilotagem, também já registrou vários acidentes envolvendo helicópteros.
Um das graves ocorrências aconteceu em outubro de 2003, quando durante
um voo de treinamento a aeronave caiu e explodiu.
CONCESSÃO À INICIATIVA PRIVADA
Em
agosto de 2017, a Prefeitura de São Paulo e a União oficializaram um
acordo para transformar parte do terreno do Campo de Marte em um parque
municipal. Uma parcela da área também contará com um museu aeroespacial.
A
ideia do então prefeito João Doria (PSDB), assumida pelo sucessor Bruno
Covas (PSDB), é a de conceder o parque e o museu à iniciativa privada. À
época, Doria disse que o projeto, no longo prazo, implicaria na
desativação da pista de aviação do Campo de Marte.
Desde o acordo
com a União a prefeitura recebeu dois estudos de possíveis interessados
(na fase chamada de PPMI - Procedimento Preliminar de Manifestação de
Interesse), que foram analisados, e atualmente elabora cronograma para
desenvolvimento do projeto, sem data prevista para conclusão. A
construção do parque, segundo a prefeitura, custará cerca de R$ 250
milhões e só será feita se assumida pela iniciativa privada.
O
parque terá 270 mil metros quadrados e será construído em uma área de
400 mil metros quadrados cedida para uso pela Aeronáutica. Como parte do
acordo com a União, também será construído um museu aeroespacial em uma
área de aproximadamente 66,5 mil metros quadrados, com acervo composto
por aviões da FAB, do museu Santos Dumont e do extinto museu da TAM.
Ainda não há acordo com a Infraero, que detém 46% do terreno total, sobre esse tema.
Segundo
projeto apresentado pela prefeitura, o parque teria 2,2 km de pistas de
corrida e ciclovias, 2,5 km de trilhas para caminhada com estações de
ginástica, três quadras poliesportivas e espaços para piquenique e
meditação.
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Modelo da aeronave que caiu |
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