Perguntas e respostas sobre o caso do ex-assessor parlamentar de Flávio Bolsonaro
O ex-assessor e policial militar Fabrício José Carlos de Queiroz movimentou R$ 1,2 milhão entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017
 
© Sergio Moraes / Reuters
Um relatório do Coaf 
(Conselho de Controle de Atividades Financeiras) produzido em 
desdobramento da Operação Lava Jato no Rio indicou movimentação 
financeira atípica de um ex-assessor do deputado estadual Flávio 
Bolsonaro (PSL), que é filho de Jair Bolsonaro e senador eleito.
O ex-assessor parlamentar e policial militar Fabrício José 
Carlos de Queiroz movimentou R$ 1,2 milhão entre janeiro de 2016 e 
janeiro de 2017. Uma das transações seria um cheque de R$ 24 mil 
destinado à futura primeira-dama, Michelle Bolsonaro.
O
 presidente eleito tentou minimizar a polêmica envolvendo sua família e 
afirmou que o ex-assessor, de quem é amigo há 34 anos, é quem deve se 
explicar sobre as movimentações. Bolsonaro sugeriu ainda que os valores 
foram baixos.
Mas o que seriam movimentações atípicas? Elas 
configuram crime? Há alguma ilegalidade relacionada a Jair Bolsonaro? 
Entenda melhor o caso por meio das perguntas e respostas abaixo:
O que é o Coaf?
O
 Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) é um órgão de 
inteligência que atua contra a lavagem de dinheiro e, mais recentemente,
 o financiamento ao terrorismo. É ligado ao Ministério da Fazenda, mas 
no próximo governo irá para a Justiça a pedido do futuro ministro, 
Sergio Moro.
Como ele trabalha?
O
 órgão recebe informações de setores que são obrigados por lei a 
informar transações suspeitas de lavagem. Bancos, corretoras, 
imobiliárias, joalherias e galerias de arte são obrigadas a comunicar 
negócios suspeitos, como aqueles pagos com dinheiro. O Coaf analisa 
amostras desses informes e, se detectar suspeita de crime, encaminha o 
caso para o Ministério Público.
O que é movimentação atípica?
O
 Coaf considera movimentação atípica quando alguém faz depósito ou saque
 bancário em valores fracionados inferiores R$ 10 mil. As instituições 
financeiras são obrigadas a informar todas as movimentações suspeitas 
acima desse valor. Quem tenta burlar essa norma, com movimentações 
menores fracionadas, entra no radar dos bancos. Depósitos em dinheiro 
vivo ou compra de seguro ou previdência privada com recursos de origem 
duvidosa também são considerados atípicos.
Movimentação atípica é crime?
O
 Coaf apontou em relatório que o ex-policial Fabrício Marques, 
ex-assessor de Flávio Bolsonaro, movimentou R$ 1,2 milhão entre janeiro 
de 2016 e janeiro de 2017, e que há saques e depósitos atípicos. 
Movimentação atípica só se torna crime se a origem do dinheiro for 
ilícita. A investigação sobre supostas ilegalidades no caso do 
ex-assessor do filho de Bolsonaro ainda não foi feita.
Como Jair Bolsonaro apareceu neste caso?
O
 ex-assessor de Flávio Bolsonaro repassou um cheque de R$ 24 mil para a 
mulher do presidente eleito, Michelle Bolsonaro. Segundo Bolsonaro, o 
empréstimo foi de R$ 40 mil e não consta de declaração de Imposto de 
Renda do presidente eleito.
Bolsonaro comete crime fiscal ao omitir um empréstimo?
Não, desde que ele ratifique a sua declaração de IR e mostre que 
tinha recursos disponíveis para emprestar o valor. Em casos similares, a
 Receita aplica multa a quem omite o empréstimo. 
Notícias ao Minuto com informações da 
Folhapress
 
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