Nicolás Maduro afirma que milícia civil triplicou desde abril e promete armar membros até os dentes
O
ditador venezuelano Nicolás Maduro disse nesta segunda que a milícia
civil criada para auxiliar os militares chegou a 1,6 milhão de membros,
mais do que o triplo do que tinha em abril, e que seus integrantes serão
armados “até os dentes” para proteger o país de ataques estrangeiros. A
Milícia Nacional Bolivariana é uma força de reserva composta por
voluntários civis que foi fundada em 2008 pelo então presidente Hugo
Chávez (1954-2013) para auxiliar as Forças Armadas.
Em
discurso nesta segunda a membros da milícia, Maduro divulgou o novo
número de integrantes e disse que o crescimento – em abril ele próprio
afirmou que quase 400 mil pessoas faziam parte do grupo – foi
incentivado pelo regime para poder ajudar a proteger o país em caso de
necessidade.
“Nós iremos armar a
milícia bolivariana até os dentes”, disse Maduro, sem detalhar quantos
membros da milícia estão armados. “Temos que fazer um bom investimento
para garantir seu acesso a (…) fuzis, mísseis e tanques”.
As
declarações, transmitidas na televisão estatal, também tiveram como
alvo o presidente da Colômbia, Iván Duque, e os Estados Unidos. Maduro
tinha acusado Washington na semana passada de planejar uma invasão da
Venezuela, que passa por severa crise econômica e social. “Ele [Duque]
pessoalmente dirige a preparação de ações contra a Venezuela, denuncio
isto ao mundo. Age com o apoio e o financiamento da Casa Branca”, disse
Maduro.
“Nós
não nos metemos com ninguém, Iván Duque, mas você será o responsável se
algum dia a Colômbia agredir militarmente a Venezuela. Que o nosso povo
e o povo colombiano saibam disso”, afirmou Maduro no discurso. “Por tua
ambição, por teu egoísmo, por teu ódio contra a Venezuela, por tua
imaturidade, não está preparado para ser (…) presidente da Colômbia”,
declarou Maduro sobre o rival.
“Uma
força imperialista invasora pode entrar em uma parte da nossa pátria,
mas os imperialistas precisam saber que eles não vão sair daqui vivos”,
completou o ditador.
Ele tem elevado o
tom contra Estados Unidos, Colômbia e Brasil, países que acusa de
colocar em andamento um plano para derrubá-lo ou assassiná-lo, enquanto
se prepara para iniciar um segundo mandato, a partir de 10 de janeiro,
cuja legitimidade é questiona pela maior parte da comunidade
internacional.
Segundo Caracas, o
complô inclui o treinamento de tropas nos Estados Unidos para tomar
bases militares na Venezuela, e de mercenários na Colômbia para simular
ataques de tropas venezuelanas aos países vizinhos.
Fonte: Valor Econômico - Créditos: Valor.com.br - Publicado por: Anderson Costa
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