Médium João de Deus deve ficar em cela com chuveiro frio e cama de alvenaria
O local é destinado a presos vulneráveis, como idosos e de saúde mais frágil, e aqueles que correm algum tipo de risco

© Marcelo Camargo / Agência Brasil
Após ser interrogado
na Delegacia Estadual de Investigação Criminal (Deic) e passar por exame
de corpo de delito no Instituto Médico Legal de Goiânia, o médium João
de Deus seria levado para o núcleo de custódia do complexo penitenciário de Aparecida de Goiânia, neste domingo (16).
As informações são da Diretoria-Geral de Administração
Penitenciária de Goiás. O local é destinado a presos vulneráveis, como
idosos e de saúde mais frágil, e aqueles que correm algum tipo de
risco.
As
celas da unidade possuem chuveiro com água fria e camas de alvenaria
com colchonetes. Não há informações se o médium dividirá o espaço com
outros presos.
Diariamente, os internos têm direito a uma hora de banho de sol e a quatro refeições: café da manhã, almoço, lanche e jantar.
João de Deus se entregou à polícia na tarde de domingo,
depois de dias de negociações. Ele estava na zona rural, perto de
Abadiânia (GO), local onde mantém a Casa de Dom Inácio de Loyola, onde
teriam ocorrido os supostos abusos sexuais dos quais ele é acusado.
O
encontro dele com as autoridades ocorreu na encruzilhada de uma estrada
de terra no município, às margens da BR 060. A negociação foi feita
entre o advogado de João de Deus, Alberto Toron, e a Polícia Civil.
No
início da noite de domingo, em entrevista a jornalistas, em frente ao
Deic, o delegado geral da investigação que apura casos de abuso sexual
envolvendo João de Deus disse que as acusações contra o médium serão
definidas considerando caso a caso.
A declaração de André
Fernandes foi feita em entrevista a jornalistas na noite deste domingo
(16), em frente à Delegacia Estadual de Investigação Criminal (Deic), em
Goiânia, onde o médium prestou depoimento.
Ainda segundo o
delegado, os depoimentos das 15 mulheres ouvidas até agora pela Polícia
Civil de Goiás chamam a atenção pela singularidade, na forma que
descrevem o modus operandi do médium João de Deus nos casos de abuso
sexual.
Os depoimentos, colhidos em três inquéritos da Polícia
Civil, dois deles de agosto deste ano, são "contundentes, precisos" e
com muitos detalhes, de acordo com Fernandes.
"A
palavra da vítima, nessas circunstâncias, tem relevância muito grande.
Está aí a necessidade de depoimentos detalhados", disse ele."Vários depoimentos que conseguimos reforçam um comportamento de abuso e
o padrão da ação." O delegado não revelou se houve quebra de sigilo
bancário ou telefônico de João de Deus. Ele disse apenas que "há provas
que não podem revelar por questões da investigação."Em casos
cujos crimes já prescreveram, as vítimas poderão servir como testemunhas
de outros processos. Sobre a possibilidade de uma acareação entre João
de Deus e as mulheres que o acusam por abuso sexual, Fernandes disse que
isso ficará a critério do líder da investigação.A polícia também apura se funcionários e voluntários que atendiam na Casa de Dom Inácio de Loyola podem ter sido coniventes com os supostos crimes. ![]() |
Núcleo de custódia do complexo penitenciário de Aparecida de Goiânia |
Notícias ao Minuto com informações da Folhapress
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