Operação Calvário, desencadeada pelo Ministério Público da Paraíba, apura desvios na Cruz Vermelha
O
Ministério Público da Paraíba desencadeou, na manhã desta sexta-feira
(14), a Operação Calvário com o intuito de investigar uma organização
criminosa instaurada na Cruz Vermelha do Brasil, que administra o
Hospital de Emergência e Trauma de João Pessoa Senador Humberto Lucena.
Em
João Pessoa foi preso o empresário Roberto Calmon, que tem ligações com
a organização social. Conforme as investigações, a Cruz Vermelha viria
sacando “milhões de reais desde 2011, quando passou a atuar na
Paraíba”. A ação acontece em conjunto com os Ministérios Públicos no Rio
de Janeiro de Janeiro e Goiás.
Ao Portal MaisPB,
o coordenador do Gaeco na Paraíba, Otávio Paulo Neto, informou que
trata-se de um esforço investigativo no qual foi possível divisar
inúmeras condutas delituosas praticadas no âmbito de organização
criminosa infiltrada na Cruz Vermelha do Brasil – filial do Rio Grande
do Sul, dentre outros organismos não governamentais, incluindo o Órgão
Central da Cruz Vermelha no Brasil, a filial no Estado de Sergipe e o
Instituto de Psicologia Clínica, Educacional e Profissional.
Conforme
apurado no curso das investigações, a organização criminosa infiltrada
no órgão é comandada por Daniel Gomes da Silva, ex-dirigente da empresa
TOESA SERVICE S/A, que já possui anterior condenação criminal em
primeira instância, pelo crime de peculato, em razão de sua empresa ter
sido contratada por valores superfaturados para o serviço de manutenção
de ambulâncias à Secretaria de Saúde do Estado do Rio de Janeiro.
Operando
sob a denominação e o CNPJ destas entidades não governamentais, a
organização criminosa obteve acesso a mais de R$ 1,1 bilhão em recursos
públicos, para a gestão de unidades de saúde em outras unidades da
Federação.
Além de desviar recursos públicos, o grupo ainda se
apropriou indevidamente de recursos privados que haviam sido confiados
ao órgão central a Cruz Vermelha (posteriormente sucedida pela filial da
CVB no Estado de Sergipe) pela empresa multinacional HYDRO ALUNORTE3,
para gestão de projeto de recuperação de acidente ambiental ocorrido no
Município de Barcarena, no Estado do Pará.
Por intermédio desses
mecanismos, foram desviados milhões em recursos públicos da saúde, desde
julho de 2011 até hoje. A suspeita é que o valor desviado do patrimônio
público é superior ao estimado na investigação, levando em consideração
que somente foram computadas as despesas da CVB-RS com uma pequena
parcela de fornecedores que prestam serviços em unidades de saúde do
município e do Estado do Rio de Janeiro, não alcançando os desvios de
recursos públicos decorrentes da atuação da organização criminosa no
Estado da Paraíba, onde a Cruz Vermelha vem recebendo “centenas de
milhões de reais desde o ano de 2011”.
Veja vídeo de prisão em João Pessoa
MaisPB
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