Homem que matou cabeleireiro em São Paulo se diz arrependido e nega homofobia
Após investigação, a polícia localizou Fúvio Rodrigues de Matos, 32, que confessou ter matado o cabeleireiro.
© Lucy Nicholson/Damir Sagolj
A polícia prendeu, no final
da tarde desta terça-feira (25), o homem suspeito de ter ofendido,
esfaqueado e matado o cabeleireiro Plínio Henrique de Almeida Lima, 30. O
crime ocorreu na noite de sexta (21).
Após investigação, a polícia localizou Fúvio Rodrigues de
Matos, 32, que confessou ter matado o cabeleireiro. No momento da
apreensão, o homem estava trabalhando em uma rede de hotéis
internacional no bairro do Paraíso, na zona sul de São Paulo. De acordo
com a polícia, ele negou que o crime tenha sido motivado por homofobia.
Em
depoimento, ele afirmou que na sexta havia trabalhado entre 14h e 22h.
Na esquina entre a avenida do hotel onde trabalha e a avenida Paulista,
ele atingiu o cabeleireiro, que chegou a ser socorrido no hospital das
Clínicas, mas não resistiu aos ferimentos.
De
acordo com a versão apresentada por Matos no 78º DP (Distrito
Policial), nos Jardins, para onde foi levado, o cozinheiro ia para o
metrô com um colega de trabalho. "Em certo momento, começou a chover e
eu falei para o meu colega: 'corra que nem homem'. Nesse momento, uns
quatro rapazes passavam por mim e um deles, esse com o qual eu briguei
logo depois, me disse: 'você está falando comigo?'", afirmou.
Ainda
de acordo com seu depoimento à polícia, Matos disse que continuou
caminhando. "Eles me cercaram, uns três ou quatro, e um deles rasgou uma
lata e começou a chegar bem perto de mim. Então, eu levantei a mão e
passei no peito dele, passando um canivete que eu levava na bolsa. Eu
saí andando e os outros vieram para cima de mim, correndo", disse.
"Eu
falei: 'vai embora, que eu não quero confusão'. Então, eu estava
apavorado, desci a escada e fui embora. Eu quero dizer que sou
trabalhador e não queria confusão. E estou muito arrependido pelo que
aconteceu", complementou. À Polícia Civil, Matos afirmou ter um filho de
5 anos e uma união estável. A Justiça paulista decretou a prisão
temporária do cozinheiro, por 30 dias.
Segundo o boletim de
ocorrência, Plínio retornava do parque Ibirapuera na noite da sexta com
três pessoas quando dois homens começaram a ofendê-los. Quando o grupo
estava próximo à avenida Paulista, um dos acompanhantes de Plínio ficou
irritado e discutiu com o autor do crime. O colega posteriormente
agrediu o suspeito, que pegou uma faca e feriu Plínio no tórax. O autor
do crime fugiu com o companheiro para uma estação de metrô.
O
irmão da vítima, Felipe Almeida Lima, diz acreditar que se trata de um
caso de homofobia. "Não tem outra justificativa", afirma.
O caso foi registrado como homicídio qualificado por motivo fútil no
78º DP. A mesma delegacia em que Fúvio permanece detido.
Notícias ao Minuto com informações
da Folhapress
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