Após demissão sem aviso prévio, médico de Saúde da Família atende pacientes na calçada
Por Beatriz Ponzio
Uma demissão nunca é um momento fácil
para ninguém. Mas ser demitido sem aviso prévio pode ser ainda mais
complicado e foi assim com o médico clínico-geral e de Saúde da Família,
Rodrigo Ferreira Gomes, de 31 anos. Assim que o Dr. chegou no Hospital
Maternidade João Ferreira Gomes, no bairro Padre Lima, em Itapajé,
recebeu a notícia que havia sido demitido, segundo matéria do site O Povo.
Segundo um morador que não quis ser
identificado, “Quando ele chegou ao hospital hoje pela manhã, um pouco
atrasado, já havia médicos de uma cooperativa substituindo ele e outro
médico, que foi retirado da função de direção clínica devido à questões
políticas, por não apoiar o candidato do prefeito. O Dr. Rodrigo foi
informado pela direção que estava exonerado.” Aparentemente, a demissão
ocorreu com a mudança da direção clínica da unidade hospitalar.
O médico também resolveu esclarecer o
ocorrido. “A gestão está querendo justificar a minha retirada porque
teve um dia, duas semanas atrás, que não tinha médico para atendimento
durante uma manhã inteira, pois eu estava viajando. Eu avisei com um mês
de antecedência sobre essa viagem e tenho os documentos que comprovam
isso. Era obrigação deles fazer uma substituição. Foi falta de
responsabilidade deles e querem responsabilizar a gente”, revelou.
Segundo ele, se um médico precisa
faltar, o Conselho Federal de Medicina (CFM) revela que é
responsabilidade do diretor clínico fazer a substituição até 24 horas
antes do plantão. Dr. Rodrigo já trabalhava há mais de seis anos no
hospital e nas quintas-feiras era um dia fixo para atender aos pacientes
naturais da cidade. “Meus pacientes estavam me esperando e eu avisei
para eles que tinham me demitido, mas que aguardassem pois eu ia atender
a todos. Voltei em casa e peguei uma mesa e cadeira”, disse. E assim,
ele conseguiu atender seus pacientes na calçada ao lado do hospital
mesmo.
O mesmo morador revelou: “Eu me sinto
indignado pela falta de respeito porque como já havia boatos de bodes
expiatórios, eles deviam ter avisado com antecedência. Eles colocaram
outro médico lá, que disse ter sido escalado para o plantão”. Segundo
Rodrigo, o diretor administrativo não soube revelar o motivo do outro
profissional ter sido chamado para substituí-lo.
O que você achou da ação do médico? Ele
não quis deixar seus pacientes sem o atendimento que mereciam e fez tudo
ao seu alcance para ajudá-los. Lindo, não?!
Fonte: Jornal do País - http://razoesparaacreditar.com
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