Em reunião com ministros, Temer não se compromete com reajuste do Supremo Tribunal Federal
Cabe ao presidente sancionar proposta que concede um aumento de 16,38% aos ministros da Corte

© Alan Santos/PR
Sob pressão para vetar
reajuste salarial para o Poder Judiciário, o presidente Michel Temer não
se comprometeu, nesta quarta-feira (14), a sancionar proposta que
concede um aumento de 16,38% aos ministros do STF (Supremo Tribunal
Federal).
A posição, diferente da adotada por ele em agosto, foi
manifestada em encontro, no Palácio do Jaburu, com os ministros da
Suprema Corte José Dias Toffoli e Luiz Fux e dos Direitos Humanos,
Gustavo Rocha.
O encontro foi marcado para que os magistrados
apresentassem ao presidente os dados que mostram que o aumento não
causará impactos nos gastos do Judiciário federal. Segundo eles, os
tribunais superiores e os regionais federais já remanejaram recursos
para fazer frente ao reajuste.
Com
a postura do presidente, os ministros da corte tiveram a impressão, de
acordo com relatos, de que surtiram algum efeito as pressões para que
ele vete a proposta. Nos últimos dias, além do presidente eleito Jair
Bolsonaro, setores da opinião pública e parcela dos governadores eleitos
têm defendido que ele não conceda o aumento.
Em agosto, Temer se
mostrou disposto a sancionar a medida em acordo firmado com Toffoli.
Pelo trato, ele daria respaldo ao aumento em troca da extinção do
auxílio-moradia, hoje pago indiscriminadamente a todos os juízes e
membros do Ministério Público.
Em conversas reservadas, Temer
vinha confirmando a sanção, mas dizia que a faria perto do fim do prazo
constitucional de 15 dias úteis, ou seja, até 28 de novembro. O objetivo
de segurar ao limite, segundo assessores presidenciais, era tentar
arrefecer a repercussão negativa em torno do aumento.
A mudança,
no entendimento dos magistrados, deve-se à divulgação de informações
equivocadas de que o reajuste aumentará o rombo nas contas públicas. Na
avaliação do STF, os dispêndios nos estados, por causa do efeito
cascata, não devem ser creditados na conta do Judiciário federal.
No
final da conversa, Temer disse que vai procurar o ministro da Fazenda,
Eduardo Guardia, para discutir novamente o assunto. Não há como Temer
delegar o assunto para Bolsonaro. Decorrido o prazo, se o presidente não
se manifestar, o silêncio imporá sanção.
Caso seja concedido o aumento, o salário dos ministros irá dos atuais
R$ 33,7 mil para R$ 39,3 mil.
Notícias ao Minuto com informações da Folhapress
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