Brasil tem três dos cinco ex-presidentes réus na Operação Lava Jato
Também estão denunciados o ex, José Sarney, e o atual ocupante do Palácio do Planalto, Michel Temer
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Senador e ex-presidente Fernando Collor (PTC-AL) - (José Cruz/Agência Senado) |
A Operação Lava Jato e seus
desdobramentos colocaram 3 dos 5 ex-presidentes vivos do Brasil na
condição de réus perante à Justiça. Também estão denunciados um ex e o
atual ocupante do Palácio do Planalto.
O caso mais recente
envolve a ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Ela se tornou ré na
sexta-feira (23), ao lado do seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva
(PT), acusada de integrar uma organização criminosa.
Segundo informações da Folhapress, a
denúncia apresentada em setembro de 2017 pelo então procurador-geral da
República, Rodrigo Janot, e acolhida na Justiça Federal do Distrito
Federal na última sexta, Dilma e Lula tiveram participação em um esquema
montado para coletar propinas de R$ 1,48 bi entre 2002 e 2016. As
vantagens teriam sido pagas em contratos da Petrobras, do BNDES e do
Ministério do Planejamento.
A acusação partiu de delações firmadas no âmbito da Lava Jato envolvendo empreiteiras e ex-diretores da Petrobras.
Lula, além de réu na ação ao lado de
Dilma, está preso desde abril no caso do tríplex em Guarujá (SP), no
qual é acusado de ter recebido propina da construtora OAS.
Ele também responde a outras duas ações
na Justiça Federal do Paraná, ambas em estado avançado, e mais três no
Distrito Federal. Na ação do sítio de Atibaia, ele é acusado de
corrupção e lavagem de dinheiro por meio de reformas e benfeitorias
bancadas pelas empreiteiras OAS e Odebrecht na propriedade rural que ele
frequentava no interior de São Paulo. Ele também é acusado de ser
beneficiado pela Odebrecht mediante a compra de um terreno para o
Instituto Lula, em São Paulo. O petista nega todas as acusações.
Outro ex-presidente réu na Justiça é o
atual senador Fernando Collor (PTC-AL), acusado na Lava Jato pelos
crimes de corrupção passiva, organização criminosa e lavagem de
dinheiro, relacionados à BR Distribuidora. A denúncia da PGR foi
acolhida em agosto de 2017 por unanimidade pela Segunda Turma do STF
(Supremo Tribunal Federal).
À época, o senador afirmou por meio de
nota que o resultado do julgamento no STF foi “uma derrota” para a PGR,
porque os ministros só receberam uma parte da denúncia. E que, “como já
fez no passado, terá oportunidade de comprovar sua inocência” ao longo
do processo.
Collor é também investigado em outros inquéritos decorrentes da Lava Jato no Supremo.
Presidente de 1985 a 1990, José Sarney
(MDB) foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República em 2017, ao
lado de senadores do MDB, acusado de receber recursos desviados de
contratos da Transpetro, subsidiária da Petrobras. O caso aguarda
análise no Supremo.
Fernando Henrique Cardoso (PSDB) chegou
a ser alvo em uma petição, encaminhada à Justiça Federal de São Paulo,
derivada da delação da Odebrecht, em 2017, que tratava de um depoimento
do empreiteiro Emílio Odebrecht. O empresário havia citado em depoimento
o “pagamento de vantagens indevidas” para a campanha do tucano à
Presidência, nos anos 1990. No entanto a Justiça arquivou a petição
meses depois, considerando que eventuais irregularidades prescreveram.
O grupo dos ex-presidentes que viraram
réus pode crescer em 2019. O atual presidente, Michel Temer (MDB), foi
denunciado como destinatário de propinas da Odebrecht e do grupo JBS
-esta última gerou duas denúncias, ambas barradas pela base aliada do
emedebista na Câmara dos Deputados no ano passado.
Os dois casos - acusação de corrupção
passiva na primeira e obstrução da Justiça e organização criminosa, na
segunda - estão congelados e só voltam a tramitar em 2019, após o fim do
mandato de Temer. Ele também é investigado em outro inquérito, que apura
se ele beneficiou empresas ligadas ao porto de Santos.
WSCOM com informações da Folhapress
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