Ex-ministro da Fazenda Joaquim Levy diz sim e será o novo presidente do BNDES
O ex-ministro da Fazenda Joaquim Levy será o novo presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Atual diretor financeiro do Banco Mundial, Levy já está esvaziando suas
gavetas na sede da instituição multilateral, em Washington (EUA), para
se mudar para o Rio, substituindo Dyogo Oliveira no comando do banco de
fomento brasileiro.
Segundo uma fonte que acompanha a formação da equipe de governo do presidente eleito, Jair Bolsonaro,
Levy assumiria o cargo sob promessa de ampliar a interação do BNDES com
os organismos multilaterais, como o próprio Banco Mundial e o Banco
Interamericano de Desenvolvimento (BID). Eventuais parcerias para o
banco brasileiro captar recursos junto a essas instituições permitiriam
ampliar o montante a ser devolvido ao Tesouro no próximo ano.
A
oficialização do nome de Levy para o cargo deve sair entre hoje e
amanhã. O economista, que mora hoje nos Estados Unidos, estava em dúvida
se aceitava o convite por conta da família – que não deve voltar ao
Brasil de imediato –, mas acabou dizendo sim.
Liberal
A
indicação de Levy pode ser considerada uma vitória da visão econômica
mais liberal, capitaneada pelo futuro ministro da Economia, Paulo
Guedes, dentro do governo. O grupo formado por militares na equipe de
Bolsonaro, com visão um pouco mais estatizante, defenderia um BNDES
menor, mas com alguma função no financiamento à inovação e aos
investimentos em infraestrutura.
Já para o grupo mais liberal, o
BNDES poderia se dedicar apenas às privatizações de estatais e
estruturação de projetos de concessões de infraestrutura à iniciativa
privada. Essa função teria prazo de validade. Vendidas as estatais e
concedidos os principais projetos de infraestrutura em carteira, o BNDES
poderia até mesmo ser extinto.
Assim como Guedes, Levy, que é
engenheiro naval, tem doutorado na Universidade de Chicago, mais
importante centro do pensamento liberal em economia. Secretário do
Tesouro Nacional no governo Lula, integrando a equipe montada pelo então
ministro da Fazenda Antônio Palocci, foi também secretário de Fazenda
no primeiro governo de Sérgio Cabral no Estado do Rio.
Antes
de voltar ao governo federal, no segundo mandato da ex-presidente Dilma
Rousseff, foi presidente da Bram, a gestora de recursos do banco
Bradesco.
A indicação para o BNDES seria a primeira importante do
governo Bolsonaro depois dos ministros já anunciados. Há forte
expectativa em relação ao comando da Petrobrás – o nome do atual
presidente da estatal, Ivan Monteiro, ganhou força nos últimos dias.
Procurados, Levy e Guedes não responderam aos contatos.
/ COLABOROU VINICIUS NEDER - Fonte: MSN
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