
Uma
mulher foi morta a facadas pelo namorado nesta quinta-feira (15), em
Pelotas (RS). O feminicídio ocorreu dentro da casa da vítima, onde
estava sua filha, de 17 anos, que presenciou a morte da mãe. Segundo a
delegada Maria Angélica Silva, responsável pelas investigações, o homem
tinha um histórico de violência doméstica, ainda que a namorada,
identificada como Jussara Guiote Cames, de 48 anos, não tivesse
registrado ocorrência.
— A
filha dela estava na casa e viu a discussão. Quando saiu do quarto,
ouviu gritos no calor da violência, e viu o acusado com a faca na mão, a
mãe caída num canto e perguntou: “O que você fez?”. Ela conseguiu sair
de casa para pedir ajuda, enquanto ele fugiu de bicicleta, mas acabou
sendo preso, e a faca, que estava com ele, foi apreendida. Fiz o pedido
de prisão preventiva. Não há informações ainda sobre quantas facadas a
vítima levou, mas sabemos que foram vários golpes — disse Silva.
A
adolescente prestou depoimento na Delegacia da Mulher de Pelotas ainda
durante a madrugada desta sexta-feira, o que contribuiu para J.P.G.S, de
66 anos, ser preso em flagrante. Ela disse que o homem estava com
ciúmes de seu pai, ex-marido de Jussara.
De
acordo com a delegada, a mãe da vítima morreu um dia antes em
decorrência de um problema de saúde e, no sepultamento, o ex-marido
falou com ela. Por causa disso, o namorado iniciou uma discussão na
noite desta quinta-feira.
— Havia um ciúme doentio criado na cabeça dele — ressaltou Silva.
A
adolescente disse que o namorado da mãe ofereceu uma sopa para Jussara,
que recusou, dizendo que estava cansada e preferia descansar naquele
momento. A delegada afirmou que a mulher tinha voltado de outra cidade,
onde ocorreu o enterro da mãe.
O
casal não morava junto, mas pessoas próximas à vítima disseram à
polícia que J.P.G.S. era ciumento e tinha um histórico de violência
doméstica. Silva frisou que havia contra ele um boletim de ocorrência
registrado em 2012 por outra mulher, com quem ele teve um relacionamento
amoroso, antes de namorar Jussara.
—
Testemunhas contam que já vinha acontecendo ameaças por ciúmes, por ele
não aceitar algumas coisas no relacionamento. O feminicídio não é algo
que ocorre de uma hora para a outra. A violência doméstica faz parte de
um ciclo que ocorre por questões do machismo. O homem acha que pode
agredir ofender e a mulher. Há momentos de explosão, passando pela fase
de reconciliação, quando a mulher acredita naquelas promessas, mas
depois passa um tempo e começa tudo de novo. Por isso, é importante a
intervenção de profissionais e também a denúncia da vítima — disse a
delegada.
A filha da vítima
foi encaminhada para a rede de proteção de testemunhas para receber
apoio psicológico. Silva ressaltou que esse apoio também é oferecido
para as vítimas de violência doméstica.
Ibahia
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