Traficante brasileiro mata mulher em Assunção, no Paraguai, para evitar extradição
Crime foi cometido por Marcelo Piloto, chefão do Comando Vermelho, dentro da prisão em que se encontra, durante o horário de visita

© Reuters / Imagem ilustrativa
O narcotraficante brasileiro
Marcelo Pinheiro Veiga, o Marcelo Piloto, é suspeito de ter assassinado
uma jovem mulher que o teria visitado, neste sábado (17), no grupamento
especializado da Polícia Nacional, onde está preso, em Assunção, no
Paraguai. Conforme o jornal local ABC Color, o crime seria "uma medida
extrema para evitar sua extradição para o Brasil". Ele é integrante da
facção Comando Vermelho (CV), do Rio.
A Justiça do Rio condenou Piloto a uma pena de 26 anos de
prisão. No Paraguai, ele está preso por homicídio e falsificação de
documentos, mas foi aberto um processo para sua extradição, atendendo a
pedido da justiça brasileira.
Conforme a imprensa paraguaia, o
brasileiro teria usado uma faca de sobremesa para golpear seguidamente a
jovem Lidia Meza Burgos, de 18 anos, que fora visitá-lo neste sábado. A
vítima é da cidade de General Resquín, no departamento de San Pedro. O
assassinato da mulher foi confirmado pelo chefe do grupamento, Germán
Real Medina.
Após ouvir gritos, os agentes foram ao local e
encontraram a mulher ensanguentada. A vítima chegou a ser levada para o
Hospital de Barrio Obrero, em Assunção, mas não resistiu. O corpo passou
por perícia e foi levado ao necrotério oficial.
De
acordo com a imprensa paraguaia, o assassinato seria uma "estratégia
macabra e desesperada" do narcotraficante para barrar sua extradição
para o Brasil, já que todas os recursos judiciais foram esgotados sem
sucesso. Nesta sexta-feira, 16, a Justiça havia negado pedido da noiva
de 'Piloto', Marisa de Souza Penna, também reclusa em estabelecimento
penal, que pretendia casar-se com ele na prisão. O casamento com uma
paraguaia poderia dificultar a extradição.
Antes 'Piloto' havia
dado uma entrevista denunciando o pagamento de propinas a autoridades
policiais paraguaias em troca de proteção. A advogada dele, a argentina
Laura Marcela Casuso, que organizou a coletiva, foi assassinada a tiros,
na segunda-feira, 12, em Pedro Juan Caballero, na fronteira com o
Brasil.
As autoridades paraguaias também divulgaram neste mês um vídeo em que
o CV ameaça matar a procuradora-geral do Paraguai, Sandra Quiñonez, em
represália à ação dela pela extradição de Marcelo Piloto. Se confirmada a
autoria do assassinato, Piloto terá de responder ao inquérito,
dificultando a extradição.

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