Advogado denuncia que STF esteve sob “intervenção militar” durante o período eleitoral
Em
texto divulgado nas redes sociais, o advogado paulistano Paulo
Emendabili Souza Barros de Carvalhosa, conta minuciosamente o que
motivou o ministro Dias Toffoli, logo que tomou posse como presidente do
Supremo Tribunal Federal (STF) a “convidar” o general Fernando Azevedo e
Silva para assessorá-lo.
Com
detalhes, Carvalhosa relata toda a história e afirma que tudo se tratou
de uma imposição das Forças Armadas, uma espécie de intervenção militar
no STF.
Isso explicaria o recuo de
Dias Toffoli em relação a não colocação para nova discussão no plenário
da questão da prisão em 2ª instância, que beneficiaria o ex-presidente
Lula.
Ainda segundo o texto publicado
pelo advogado, a presença do general no STF foi decisiva para impedir a
entrevista de Lula para o jornal Folha de S.Paulo, em plena campanha
eleitoral. Por esse motivo naquele episódio o ministro Ricardo
Lewandowski ameaçou denunciar um suposto “desvio de função do STF”.
Veja abaixo a íntegra do artigo:
Meus caros,
Há duas semanas ouvi a Renata Lo Prete mencionar, na radio CBN, que o
Ministro Dias Toffoli ao assumir a presidência do STF, convidara o
General 4 estrelas, recém-aposentado, Fernando Azevedo e Silva para o
seu Gabinete, mas sem dar maiores detalhes.
Estranhei o fato, para mim inédito.
Agora fica tudo muito claro!
Veja porque o STF está tão quieto…
O atentado e a baioneta.
Estranhei o fato, para mim inédito.
Agora fica tudo muito claro!
Veja porque o STF está tão quieto…
O atentado e a baioneta.
Como
de costume, a grande mídia divulga o que não dá para esconder,
amplifica o que é de seu interesse e oculta, ou o que lhe joga contra
seus anseios, ou lhe dá muito medo.
Como
todo comunista é rato, e ratos, como se sabe, são os primeiros a
abandonarem o barco quando afunda, Toffoli alçou como “assessor
especial” dele, na presidência, ao general 4 estrelas, na reserva,
ex-comandante do Estado Maior das Forças Armadas, Fernando Azevedo e
Silva.
Não
há na história da 6ª República, nem mesmo da 5ª República, relativa ao
período militar, ou que me lembre, desde os I e II Impérios, registro de
um general de altíssimo escalão vir a assessorar o presidente do mais
alto tribunal do país, a “convite” dele…
Ocorre
que tenho lá minhas fontes, civis e militares, das quais não faço nomes
e nem cito. Toffoli, ao tentar explicar, a nomeação do general para
assessorá-lo, disse à imprensa que “a escolha se deu por habilidades e
competências (do general), atendendo a critérios objetivos”, vagueando a
resposta para não se comprometer. Ato contínuo, e recentemente, definiu
o 31 de março de 1964 como um “movimento”, evitando as palavras
“revolução” e “golpe”. Convenhamos que para um petista poderoso, agora
de canequinha na mão, Toffoli mudou de bica…
O
fato, ao que se diz, verdadeiro, é que na noite de 06 de setembro de
2018, dia do atentado político contra a vida de Bolsonaro, em Juiz de
Fora, ocorreu uma reunião de urgência do Alto Comando das Forças
Armadas, fato este noticiado pela imprensa, para a seguir, esvair-se o
tema na mata cerrada noturna do silêncio sepulcral, tratando a imprensa
de não cutucar a toca para não perturbar a onça.
A
reunião foi presidida, como óbvio, pelo general 4 estrelas Eduardo
Villas Boas, portando ele moléstia que é, progressivamente paralisante e
que, de certo, lhe ceifará a vida, porque não tem cura.
Apuradas
todas as opiniões e vontades do oficialato, Villa Boas, com
dificuldades notórias até para falar, naquela noite, altas horas, buscou
aplacar os ânimos, porque já tinha oficial graduado pronto para pôr a
tropa na rua em direção à Brasília.
O
oficialato, especialmente um, da ativa, declarou em alto e bom som,
para quem quisesse e não quisesse ouvir, que não havia mais poderes
republicanos no País e, que o Executivo e o Legislativo federais haviam
perdido toda e qualquer legitimidade para governar Brasília, até porque
havia o risco do STF, aparelhado pelo PMDB (MDB), PT e PSDB, libertar o
Lula e os demais réus da Lava-Jato, colocando-os na rua para fazerem
campanha, acuando assim, mais ainda, a candidatura de Bolsonaro,
sobrevivesse ele, ou não, ao atentado, até porque a soltura de Lula
chamaria todas as atenções para o fato, desviando-se a atenção pública
do tentado assassinato de Bolsonaro, àquela altura, lutando para
sobreviver.
Passava das altas horas quando a solução provisória foi sugerida por um pequeno colegiado de militares moderados:
Colocar
um general da reserva, porque se fosse da ativa, ofenderia e o clamor
seria muito maior, que conhecesse a tropa e o oficialato, e fosse calmo,
convincente, culto, político e cerebrino, no seio do STF, recaindo a
escolha sobre Fernando Azevedo e Silva.
Votada
a indicação, vencedora a tese de Villas Boas, de moderação e de se
aguardar os acontecimentos, insinuando-se assim, no único poder que
sobrou, de fato, o STF, um par, um interlocutor válido, possibilitando,
com ressalvas dos contrários, a continuidade do processo eleitoral,
indicando-se para a missão Azevedo e Silva, justificando-se a indicação
pelas “habilidades e competências” do general, depois alardeadas por
Toffoli junto à imprensa.
Dia
seguinte, Villas Boas agendou com Toffoli um almoço, veladamente
sussurrou-se a Toffoli de todo o descontentamento e intranquilidade das
tropas, muito agitadas nos quartéis, e que, para acalmar os ânimos,
“aceitasse” ele a indicação de um “assessor especial”, sem qualificação
jurídica alguma, exatamente Azevedo e Silva, ao seu lado.
A
missão de Azevedo e Silva não seria aconselhar a Toffoli sobre o que
fazer na presidência do STF, mas sim, e sobretudo, o que NÃO FAZER,
evitando-se assim o tão somente sugerido precipício, da tomada iminente
do poder pelos militares, dados o caos e o atentado.
Toffoli
sentiu a rédea curta e o bafo do cavaleiro em sua crina, e fazendo
aquela pose de ser superior, sem titubear, e sentindo a bunda gelada
pela possível tomada da poltrona, sorriu e de bom grado, “aceitou”…
Por
esta razão, a 2ª Turma do STF anda na miúda. Por isso, o dissidente
comprometido Lewandowski tentou permitir a entrevista do “padrino” Lula à
‘Folha de São Paulo’ por Mônica Bergamo, e para o jornalista petista
engajado Florestan Fernandes Júnior, da TV Brasil, tendo sido
contrariado de imediato por Fux e por Toffoli, arriando assim a
pretensão espúria de influenciar, mais uma vez, não bastasse o atentado,
o processo eleitoral, enquanto saia esbravejando, espumando, vermelho
de raiva, ameaçando levar ao público o “desvio de função do STF”…
A
imprensa tem dourado a pílula, a poder engoli-la junto ao público,
afirmando que a indicação inseriu uma espécie de “poder moderador” (vide
Cristiana Lobo – Globo News) no rachado STF. Nada disso. O poder é
interventor, mesmo.
Como dizia meu nonno Emendabili: – Manda quem pode, obedece quem tem juízo…
Paulo Emendabili Souza Barros De Carvalhosa
Fonte: Jornal da Cidade - Publicado por: Suedna Lima
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