Sogros são suspeitos de asfixiar ou enterrar viva nora desaparecida desde início de outubro
A
Polícia Civil suspeita assistente social Márcia Martins Miranda, de 41
anos, desaparecida desde o dia 2 de outubro, em São Paulo, tenha sido
enterrada viva ou morta asfixiada pelos sogros. Um corpo foi encontrado
em uma casa alugada pelo casal na última segunda (5) e o delegado
responsável pelo caso acredita se tratar de Márcia. Um exame de DNA foi
feito para comprovar a identidade do cadáver.
A principal linha de
investigação é a de que o crime foi premeditado pelo casal, preso desde
18 de outubro. Segundo o delegado Mário Sérgio de Oliveira Pinto, do
Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), a investigação
conseguiu comprovar que Maria Izilda Pereira Miranda, de 60 anos, e
Fernando Antônio Martins de Oliveira, de 62 anos, alugaram uma casa três
semanas antes do crime, com a única finalidade de enterrar o corpo de
Márcia.
De acordo com a polícia, a vítima se separava do marido e
chegou a discutir com os sogros algumas vezes, ameaçando impedir que
eles vissem os netos. A explicação seria a fixação do casal pelas
crianças, a ponto de tentarem ficar com a guarda de um dos dois filhos
de Márcia, hoje com quatro anos de idade.
Essa fissura, no
entanto, teria uma origem espiritual, de acordo com a polícia.
“Maria Izilda não segue uma religião determinada, mas ela diz encarnar
entidades. Segundo a orientação destes espíritos, as crianças [netos]
seriam reencarnações de filhos que ela e o marido tiveram em vidas
passadas”, disse o delegado. “Eles chegaram a orientar as crianças que
os chamassem de mamãe e papai ao invés de vovó e vovô.”
Eles teriam atraído
a nora prometendo abrir uma conta corrente para os netos, mas antes
queriam mostrar uma casa onde ela poderia morar com seus dois filhos. No
local, ela teria sido asfixiada até a morte ou golpeada na cabeça e
enterrada viva, conforme mostram a investigações e as marcas na cabeça e
no pescoço. No entanto, a polícia ainda espera os resultados dos exames
pedidos ao Instituto Médico Legal (IML) para esclarecer os fatos.
De
acordo com o delegado, os exames podem demorar semanas para ficar
prontos e não são imprescindíveis para o seguimento da investigação.
Após
a descoberta da cova no imóvel, Oliveira pediu a prorrogação por mais
30 dias da prisão do casal por homicídio doloso qualificado, sequestro e
ocultação de cadáver.
Relembre o caso
A
assistente social Márcia Martins foi vista pela última vez no dia 2 de
outubro, próximo a uma agência bancária, na zona oeste de São Paulo, e
dada como desaparecida no mesmo dia. Três dias depois, o caso foi
modificado para sequestro.
Apontados como últimos a terem visto
Márcia, os sogros confirmaram que foram até o banco com a mulher, mas
relataram que havia sido levada por criminosos em um carro. Após
análises de câmeras de segurança e depoimentos de testemunhas, a polícia
comprovou que a história do casal era mentirosa.
Desta forma, a
investigação chegou até um contrato do aluguel de uma casa, feito em
nome de Maria Izilda, firmado cerca de três semanas antes do sumiço da
assistente social. Perto do dia 20 de setembro, o casal recebeu as
chaves e compraram materiais de construção, que foram entregues neste
novo endereço, no nome de Fernando.
Nesta residência, as
autoridades encontraram um recorte no piso semelhante a uma cova em um
quarto dos fundos, onde estava enterrado o corpo de Márcia.
Segundo
o delegado, o marido de Márcia, filho de Maria Izilda e enteado de
Fernando Antônio, tem colaborado com as investigações e não é
considerado suspeito pela polícia.
Fonte: Uol - Publicado por: Alana Yaponirah
Nenhum comentário:
Postar um comentário