Bônus por ética pago aos jogadores rende nova polêmica a Neymar no Paris Saint-Germain
O montante recebido por Neymar é o mais elevado, mas ele não o único do PSG
© Reuters
O Paris Saint-Germain paga
um bônus de ética a seus jogadores, que incluem não criticar seus
treinadores e aplaudir a torcida ao fim dos jogos. E, sem surpresas, o
craque brasileiro Neymar é o atleta mais bem pago pelos gestos de
fair-play, recebendo R$ 1,59 milhão por mês pelo bom comportamento. Em
suas redes sociais, o jogador afirmou mais uma vez ter sido vítima de
"fake news", mas o próprio PSG confirmou o bônus por ética em nota
enviada à imprensa.
As revelações foram feitas pelo jornal digital Médiapart e
pela rede France Télévisions, com base em documentos oficiais obtidos
pelo Football Leaks. O montante recebido por Neymar é o mais elevado,
mas ele não o único do PSG. O bônus de ética também beneficia jogadores
como o astro francês Kylian Mbappé, com R$ 498 mil por mês, o
lateral-direito brasileiro Daniel Alves e os atacantes Angel Di María e
Edinson Cavani, com R$ 300 mil mensais, e ainda o zagueiro brasileiro
Thiago Silva, com R$ 140,5 mil.
A notícia causou escândalo em
Paris, mas não se trata de prática isolada do PSG. O pagamento de bônus
éticos se tornaram um expediente corrente no mundo do futebol na Europa
nos últimos anos. O objetivo é permitir ao clube ter uma parte de
remuneração variável, da ordem de 20% dos salários, que possam ser
usadas para multas administrativas impostas em caso de mau
comportamento.
Outros
exemplos são críticas frontais e abertas ao próprio treinador do clube,
a outros jogadores, ao adversário e ainda ao árbitro. Além disso, faz
parte do bônus chegar aos treinos no horário marcado e não apostar em
competições nas quais o clube esteja envolvido - uma forma de evitar
conflitos de interesses. O PSG confirmou todas essas cláusulas
contratuais.
A supressão do bônus foi um mecanismo utilizado pelo
PSG, por exemplo, para punir o volante Marco Verratti em outubro
passado, quando foi flagrado pela polícia dirigindo um automóvel em
estado de embriaguez.
Para o agente Christophe Hutteau, a parte
variável do salário de Neymar - equivalente a 15% do total - e dos
demais atletas e a política do PSG não têm nada de excepcional. A
própria Federação Francesa de Futebol (FFF, na sigla em francês) adota
desde 2013 um sistema semelhante, chamada de Carta dos Azuis. "Trata-se
de um procedimento que começou há algum tempo e que permite que o clube
tenha alguma forma de punir seus contratados em caso de mal
comportamento e atrasos em série", afirmou.
Segundo o agente, essa
prática foi estabelecida porque o estatuto dos atletas profissionais
barrava que parte dos salários fixo fosse confiscada em caso de mau
comportamento.
Além do bônus, os documentos do Football Leaks
permitiram saber mais sobre a remuneração de Neymar, o mais bem pago do
clube. Seu salário será incrementado, por exemplo, por R$ 8,4 milhões
caso ele esteja entre os três melhores jogadores do mundo na Bola de
Ouro. Neymar classificou as revelações como "fake news", contrariando as
informações do próprio Paris Saint-Germain.
Desde que os documentos do Football Leaks foram divulgados, o PSG vem
sendo atingido em cheio. As primeiras revelações foram sobre as
relações entre seus dirigentes e os da Uefa e da Fifa. Ainda nessa
semana, outra investigação mostrou que funcionários incluíam critérios
raciais na seleção de jovens para as categorias de base. O clube negou
envolvimento e se disse surpreso pela informação. Já a ministra do
Esporte da França anunciou a abertura de uma investigação sobre o caso.
Esporte ao Minuto com informações do Estadão Conteúdo
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